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Anais DCIMA Final-1

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Página 298<br />

Para a autora, discutir o audiovisual em sala de aula, além de abrir novos caminhos para a educação,<br />

possibilita disseminar os diferentes conhecimentos em torno do cinema (produtos artísticos, técnicas fílmicas,<br />

etc.) no que tange diversos assuntos sociais, sendo uma medida de ampliar o capital cultural dos alunos e<br />

alunas, proporcionando-lhes também um maior conhecimento acerca de documentários, filmes, curtas e longas<br />

metragens.<br />

2. A interface entre o grafite e a escola: práticas educativas entre os muros da cidade e para<br />

além dos muros da escola<br />

O processo educacional que insere expressões artísticas de diferentes matizes contribui tanto para a<br />

valorização da identidade e reconhecimento de si quanto possibilita respeito diante de outras práticas culturais<br />

e que se referem às identidades de diversos povos e grupos sociais. Segundo Oliveira (2001), a identidade é<br />

uma construção cultural, isto é, caracterizada pelo conjunto de elementos culturais que o indivíduo adquire por<br />

intermédio de sua herança cultural. Para Bock et al (2001), a identidade se refere às representações e<br />

sentimentos que o indivíduo desenvolve a respeito de si próprio, a partir do conjunto de suas vivências. Desse<br />

modo, o grafite traduz sempre uma trajetória pessoal construída a partir das relações sociais, nas quais “a<br />

identidade do indivíduo deixa de ser algo estático e acabado, para ser um processo contínuo de representações<br />

de seu ‘estar sendo’ no mundo” (BOCK et al, 2001, p. 127). Nesse sentido, cabe adentrarmos em debate acerca<br />

desta expressão de arte urbana e suas intermediações em ambiente escolar.<br />

O grafite se insere nesse trabalho no sentido de ser uma aplicabilidade no campo educacional, como a<br />

sala de aula, sendo utilizado de forma a enfatizar um debate social, político, cultural e de pensar tanto nos<br />

agentes envolvidos neste ambiente escolar quanto nos sujeitos que frequentam cotidianamente este espaço.<br />

Segundo Gitahy (1999), o graffiti (grafia em italiano utilizada por alguns autores, artistas e arte-educadores<br />

em lugar de “grafite”) se aproxima do design quando se transforma em arte utilitária ou quando se coloca a<br />

serviço de uma proposta com fim educacional.<br />

Ao refletir a cidade e seus espaços, o grafite se revela como algo que faz parte do cotidiano dos alunos<br />

e traz à tona temas vigentes na sociedade, como a questão da violência urbana, do uso de drogas ilícitas, do<br />

combate à criminalidade e diversos temas marcados pelas desigualdades sociais. Ao desprezar o grafite como<br />

possibilidade de suporte pedagógico que abre espaço para o diálogo entre grupos sociais, a escola perde a<br />

oportunidade de discutir, por exemplo, questões de gênero e violência contra mulher, a questões relacionadas<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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