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Anais DCIMA Final-1

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Página 546<br />

pensadas e institucionalizadas para aumentar o alcance do poder do Estado sobre os indivíduos, “um governo<br />

sob sua forma política” (FOUCAULT, 2008b).<br />

Por isso, para Mignolo é preciso fazer uma análise da “diferença colonial” porque esta permite olhar<br />

as fraturas epistemológicas entre a crítica eurocêntrica do eurocentrismo que é diferente da crítica ao<br />

eurocentrismo apoiada na diferença colonial, porque esta última tem presente cada história e experiência<br />

colonial (MIGNOLO, 2003).<br />

Trata-se, portanto, de uma nova reflexão política, na qual esta configuração do poder dispõe de<br />

técnicas e estratégias que entram em funcionamento com o desbloqueio das artes de governar, sendo um<br />

exemplo disso, todos estes convênios internacionais, criação de categorias e estabelecimento de leis, que se<br />

fazem através de instituições jurídicas nos Estados nações, onde se estabelece o que deve ser o normal/anormal,<br />

legal/ilegal, e se constroi um tipo de pessoa no ocidente, a partir dos discursos cientificistas.<br />

3. Considerações finais / Conclusões<br />

Pude observar como através das diversas Leis na Colômbia, se constrói um tipo de pessoa . Mas, essa construção parte dessa relação dialética entre o discurso proferido pelas instituições<br />

judiciárias e aqueles discursos científicos que estabelecem a ciência médica. Estabelecem o que é “doença”, o<br />

que é legal/ilegal e normal/anormal, e assim, exercem o poder que tem conferido como instituições dominantes,<br />

que se traduz num tipo de discurso hegemônico que ultrapassa a subjetividade das pessoas.<br />

Nesse sentido pude constatar como ao longo da história, através da criação das leis sobre consumo de<br />

substâncias psicoativas na Colômbia, o sujeito passa de ser um criminoso, onde suas ações o levam a ser punido<br />

pelas leis e a moral da sociedade, para ser uma pessoa “doente”, porque suas ações são definidas como erradas<br />

para a norma jurídica, para a moral, mas também, para o que é considerado como saudável. Por isso, e para<br />

que a pessoa retorne a sua normalidade comportamental, é preciso que faça um tratamento para se recuperar<br />

de sua “doença”.<br />

Por último, pude perceber graças aos aportes dos autores trabalhados neste artigo, que no mundo<br />

ocidental contemporâneo exerce um poder para estabelecer quais são os discursos de verdade que devem se<br />

impor nas sociedades, ocorreu com as diversas leis analisadas neste estudo. Através das multinacionais do<br />

conhecimento (OMS, ONU, OEA, etc.), foram construídas categorias, noções e discursos (NÃO APARECEM<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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