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Anais DCIMA Final-1

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Página 699<br />

ecossistêmicas para a localidade e também uma intensa implicação na administração econômica do território,<br />

devido o fato da mineração ser uma grande fonte de riqueza do território, e por conta da inserção clandestina<br />

desses garimpeiros ser de grande maioria do Brasil, a França acaba desprovida de ter o retorno do seu recurso<br />

local.<br />

Como atravessam a fronteira ilegalmente esses garimpeiros arriscam-se por saberem que não terão<br />

assistência médica ou, de qualquer outro tipo, do governo francês, também por se instalarem apenas por um<br />

curto tempo sem pretensões de permanência por parte deles e do governo. Já ocorrendo uma demasiada<br />

quantidade de atravessamentos ilegais, já é imposta uma rigorosa burocracia, que impele visto e diversos<br />

documentos de estabilidade econômica, o que acaba por produzir mais trânsitos ilegais, pois a grande maioria<br />

dos que migram em busca de empregos em garimpos fazem isso justamente devido à sua situação instável no<br />

Brasil.<br />

Outro fator que dificulta a permanência desses garimpeiros na Guiana Francesa, além de ser uma<br />

atividade realizada em curto prazo devido às fiscalizações, é que os cidadãos locais, naturalizados franceses<br />

devido à ligação com a França, também não apoiam as ações desses indivíduos, tanto por prejudicar suas<br />

condições de vida, pois a insuficiente assistência propiciada pelo governo francês acaba voltada para<br />

investimentos que destroem esses garimpos, tanto por causar maior violência entre a população, pois esses<br />

garimpeiros andam armados, chegando até a disputar ouro, e também pot prejudicar o meio ambiente, já que,<br />

de acordo com eles, a extração (tanto legal quanto ilegal) pode causar desastres que prejudiquem as cidades.<br />

Um coletivo, que representa boa parte da população, denominado 500 irmãos (500 frères) defende melhores<br />

condições de vida para os guianenses, responsáveis por promoverem uma greve geral em abril de 2017 com<br />

objetivos de obter maior apoio da França.<br />

Os entraves que dificultam a relação entre Brasil e França, que governa a Guiana Francesa, estão<br />

refletidos na construção da Ponte Binacional Franco-Brasileira. Idealizada desde 1997, na regência de<br />

Fernando Henrique Cardoso, construída somente a partir de 2013, no governo de Dilma Rousseff, a ponte foi<br />

parcialmente inaugurada em abril de 2017, após anos inutilizada devido ao atraso na construção do posto da<br />

polícia federal no lado brasileiro. Através dessa ponte, é permitido, no momento, a passagem somente de carros<br />

populares em determinadas horas do dia. Com pequena colaboração do Brasil, a existência dessa ponte,<br />

funcionando ou não, não impede as passagens ilegais por meio de barcos que atravessam o rio Oiapoque, que<br />

possibilitam o atravessamento de pessoas e de produtos para comércio. É visível que essa relação entre Estados<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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