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Anais DCIMA Final-1

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Página 839<br />

A publicação da portaria 1907 partiu do ministro da Saúde Ricardo Barros, sem consulta alguma a<br />

SESAI e nem a população indígena, tal medida reitera o autoritarismo que marca historicamente as ações<br />

estatais direcionadas aos povos indígenas. A publicação desta portaria provocou forte indignação na população<br />

indígena em todo o Brasil, que expressou a sua repulsa através protestos organizados por suas entidades<br />

representativas, a exemplo, da Associação Terra Indígenas do Xingu (ATIX), entre outras entidades que<br />

mobilizaram cerca de dez povos indígenas na região Norte do país. Estes ocuparam a sede do DESEI do Amapá<br />

e pressionaram o governo a revogar a portaria 1907 por entenderem esta como um retrocesso/desmonte aos<br />

direitos por eles conquistados no campo saúde (KLEIN, 2016). A centralização dos recursos, entre outras<br />

medidas inconstitucionais previstas na portaria não levava em consideração as particularidades que engendra<br />

a política de saúde indigenista, muito menos as particularidades que a questão social assume na realidade<br />

vivenciada por estes povos.<br />

2. Abordagem teórica e metodológica<br />

Para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizado o método Materialista histórico dialético, por ser um<br />

método que auxilia a análise dos fatos sociais em uma abordagem histórica e totalizante. A pesquisa foi<br />

exploratória, por permitir uma maior proximidade entre o pesquisador e o objeto analisado (GIL, 2008).<br />

Quanto à abordagem do objeto de estudo, a pesquisa foi qualitativa, pois os dados foram analisados em uma<br />

dimensão histórica a partir de uma perspectiva ampliada (MARTINELLI, 1999). Quanto aos procedimentos<br />

técnicos a pesquisa foi bibliográfica, pois os dados foram coletados em livros, artigos científicos, entre outras<br />

fontes coerentes com o procedimento técnico escolhido (GIL, 2008).<br />

3. Análises e discussão<br />

Apesar dos inúmeros avanços que a política de saúde indigenista alcançou ao longo dos anos, esta<br />

ainda apresenta inúmeras deficiências a serem sanadas, a primeira a ser aponta é a efetivação da<br />

intersetorialidade estabelecida entre o SUS e o subsistema de saúde indígena, que hoje está sob a coordenação<br />

da SESAI representada pelo Departamento de Saúde Indígena (DESAI), que junto com as Coordenações<br />

Regionais (CORE), responde pela gestão das atividades do DSEI’s. Estes últimos tem apresentado dificuldades<br />

em encaminhar as demandas que ultrapassam as suas capacidades de resolutividade a outras instituições, uma<br />

vez que não há clareza de informações para isso e nem uma diretriz que defina tal coisa (GARNELO, 2004).<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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