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Anais DCIMA Final-1

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Página 807<br />

No mundo fabril, onde o tempo era o da produção, diversos instrumentos de dominação foram<br />

aplicados com o intuito de controlar as ações de resistência da classe trabalhadora, que lutava por direitos e<br />

por melhores condições de trabalho, com o fim de obter aprovação do sistema de acumulação capitalista,<br />

através de métodos para a intensificação e a disciplina do trabalho.<br />

Observa-se então, que o trabalho apresenta duas faces distintas, onde a primeira possui um caráter<br />

negativo, representando punição, fardo e carga, que resulta de um processo sócio-histórico de dominação do<br />

ser ao longo da história, imprimindo na memória social uma imagem degradante e, a segunda, uma dimensão<br />

positiva representando espaço de criação, realização e crescimento pessoal, fruto de uma nova ideologia para<br />

redefinir o conceito de trabalho, com a finalidade de formação do mercado capitalista de trabalho assalariado.<br />

Neste sentido, Marx (1818-1883), afirma que o pensamento e as ideias de uma sociedade devem ser<br />

entendidos a partir do contexto histórico dessa coletividade, uma vez que a construção das sociedades acontece<br />

em função das relações com o trabalho.<br />

Segundo ele, algumas ideias surgem como universais e são impostas como verdades, sem considerar<br />

a questão da ética. A essas verdades Marx deu o nome de ideologia.<br />

Muito embora a ideologia pareça uma verdade universal, trata-se de uma construção em torno dos<br />

ideais da classe dominante, que mascara os conflitos e garante o controle sobre seus dominados.<br />

Marx (1996):<br />

O conceito de ideologia como elemento de dominação social foi estabelecido, primeiramente, por<br />

As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes; isto é,<br />

a classe que é a força material dominante da sociedade (...) As ideias dominantes<br />

nada mais são do que a expressão ideal das relações materiais dominantes<br />

concebidas como ideias, portanto, a expressão das relações que tornam uma<br />

classe a classe dominante; portanto, as ideias de sua dominação. (MARX, 1996<br />

p. 72).<br />

Desse modo, as relações capitalistas estabelecem as formas de produção, reprodução e manutenção de<br />

memórias coletivas e sociais que contribuem para disseminar e naturalizar seu processo de dominação,<br />

transformando-as em verdades que possuem sua ética própria e tendenciosa, com a finalidade de justificar sua<br />

sobrevivência.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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