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Anais DCIMA Final-1

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Página 52<br />

4. Considerações finais<br />

Constatamos que o discurso da mulher vítima de violência doméstica reflete a cultura da sociedade<br />

pós-moderna, na qual muitos são os papeis por ela desempenhados, Nas suas manifestações, as participantes<br />

constroem um discurso que evidencia a mulher emancipada; a mulher um pouco mais protegida pela lei,<br />

(embora ainda vítima de agressôes, cativa do medo e sujeita ao sofrimento silencioso), já capaz de denunciar<br />

seu agressor, mesmo que se arrependa depois; a mulher que vai à luta pela vida, por sua independência, por<br />

seus sonhos, por sua realização pessoal e profissional; assim como revela a mulher consciente da importância<br />

de seus papeis na família e na sociedade como um todo.<br />

Concluímos que nosso objetivo de identificar, na fala de mulheres vítimas de violência doméstica, os<br />

significados que constituem o complexo conceito de identidade feminina, destacando os papeis que se revelam<br />

como mais importantes nas suas manifestações sobre a violência doméstica foi alcançado.<br />

Os excertos demonstram serem componentes essenciais da identidade feminina, na pós-modernidade<br />

os papeis de mãe, esposa/companheira, filha, cidadã e trabalhadora, dentre muitos outros, que se transformam<br />

e se mantém em permanente estado de construção, confirmando que a identidade se torna “celebração móvel”,<br />

sempre influenciada pelo contexto sociocultural em que estamos inseridos (HALL, 1987). Nesses excertos, é<br />

possível perceber que os discursos analisados apresentam características próprias da sociedade pós-moderna:<br />

a mulher de duas jornadas (cuida do lar e trabalha para seu sustento); a mulher que conhece sua proteção legal<br />

e busca sua eficácia; a mulher que mesmo oriunda de uma sociedade patriarcal se levanta para fazer valer seu<br />

espaço, sua igualdade na sociedade.<br />

Esperamos, portanto, ter contribuído com dados relevantes para os estudos sobre gênero e identidade<br />

feminina; assim como colaborado para uma melhor compreensão dos muitos papeis desempenhados pela<br />

mulher na pós-modernidade, em decorrência das demandas socioculturais e históricas.<br />

Referências<br />

BEAUVOIR, S. de. O segundo sexo. v. 2. A experiência vivida, 7ª ed.. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1967.<br />

BRAIDOTTI, R. Diferença, diversidade e subjetividade nômade. (Trad. Roberta Barbosa). Labrys, Estudos<br />

feministas, 1 (2), Disponível em:<br />

http://www.historiacultural.mpbnet.com.br/feminismo/Diferenca_Diversidade_e_Subjetividade_Nomade.pdf<br />

Acesso em: 10 set.2016.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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