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Anais DCIMA Final-1

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Página 632<br />

peculiaridades que devem ser postas em realce e que têm relevância histórica e social (SANTOS, 2003, p.<br />

145).<br />

2. Pentecostalismo e mídia – relações<br />

A nova dimensão do fenômeno religioso no Brasil é a utilização da mídia. O uso dos meios de<br />

comunicação tornou-se uma condição fundamental de existência e manutenção das atividades religiosas na<br />

sociedade moderna (MARTINO, 2003). Os católicos têm sido mais vagarosos na incorporação dos meios de<br />

comunicação como forma de expansão de seus domínios (CAMPOS, 2008), diferentemente dos evangélicos,<br />

que surgindo como grupos minoritários dentro campo religioso católico, bem como aliados à modernidade,<br />

[...] precisaram criar, desde cedo, estratégias para ganhar adeptos e aumentar o<br />

seu rebanho na guerra contra outras modalidades de cristianismo,<br />

particularmente a católica. O resultado foi a criação de uma cultura peculiar,<br />

agressiva nas relações com quaisquer outros tipos de concorrência religiosa,<br />

portanto, mais dependente que as demais formas de religiosidade dos meios de<br />

comunicação para se legitimar no espaço religioso (CAMPOS, 2004, p. 148).<br />

Para Campos (2004 e 2008), a partir de 1980, os pentecostais começaram a se fazer presentes na mídia<br />

com mais frequência, comprando e alugando horários nas rádios e madrugadas de televisão, considerados<br />

“horas mortas” e, posteriormente, comprando emissoras e a ocupando “horários nobres”. A inserção dos<br />

evangélicos na televisão demandava alto custo, tanto que poucos foram os programas religiosos surgidos no<br />

final de 1960 que conseguiram ficar no ar por muito tempo. Se de um lado, o problema era a falta de caixa de<br />

suas mantenedoras; por outro, havia o desinteresse dos empresários da televisão em abrir espaço para a religião.<br />

Todavia, segundo Fonteles (2010), nos anos de 1990, esse cenário muda, pois, os evangélicos tiveram<br />

visibilidade nos programas televisivos com o fim da ditadura militar, seguido do processo de redemocratização<br />

no Brasil, na qual redefiniram seu modelo de participação nos campos religioso, político e midiático. Assim,<br />

os evangélicos puderam<br />

[...] Inserir-se politicamente no contexto social de forma mais visível e ganhando<br />

reconhecimento, sendo facilitadas, então, as referidas expansão e visibilidade<br />

por meio da obtenção de rádio e TV por parte de seus representantes no<br />

Congresso Nacional e por meio da compra de horários na mídia televisiva. O<br />

fato que beneficiou diretamente esse cenário foi o sistema de concessão de Rádio<br />

e TV no País, que, sendo uma atribuição exclusiva da Presidência da República,<br />

utiliza-se dos critérios de “amizade” para conceder e distribuir canais de TV e<br />

Rádio. O contexto político da época caminhou junto com o fator econômico e<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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