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Anais DCIMA Final-1

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Página 731<br />

Aqui também há a atuação e atualização de uma estrutura comemorativa de aniversários, que<br />

visualizamos desde os festejos dos 400 anos da cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1965. A seguir, variadas<br />

cidades brasileiras vão comemorar seus aniversários tendo como marco constitutivo o início da colonização<br />

no Brasil. Houve, portanto, o aniversário de 350 anos de Belém, em 1965, e de outras capitais, perpetuando<br />

esta forma de comemorar. Um processo que se reatualiza com a comemoração Brasil 500 anos, em 2000,<br />

homenagem ao “descobrimento do Brasil”, dando novo ensejo às comemorações de cidades brasileiras.<br />

Também visualizamos a comemoração de aniversários, com uma festividade constitutiva, como forma de<br />

entrelaçamento na relação entre Estado e seus políticos representantes e, ainda, a elite empresarial da cidade.<br />

Além disso, os aniversários são narrativas publicitárias e propagandistas importantes aos condutores do Estado.<br />

Dito isto, partimos para a análise das marcas publicitárias criadas por ocasião de tais eventos. E, ao<br />

realizarmos este exercício, encontramos elementos gráficos que, sem dúvida, se referem a uma arquitetura<br />

portuguesa. Conclusão essa que se materializa no elemento “azulejo”. Para começo de conversa, apontamos o<br />

azulejo, seu referente gráfico nas marcas publicitárias, como um elemento em comum entre uma série de<br />

produções criadas para comemorar o aniversário destas cidades. A seguir, pensamos separadamente a logo<br />

criada para comemorar o aniversário de São Luís.<br />

Neste exercício, partimos de um epíteto bem conhecido que circula na cidade, entre enunciados<br />

veiculados na grande imprensa, em reportagens e campanhas publicitárias, discursos políticos e na internet:<br />

São Luís, a cidade dos azulejos. Não cabe a este artigo refazer historicamente o percurso do artefato azulejo,<br />

a partir de seus materiais e suas utilizações na cidade de São Luís, mas sim pensarmos em sua posição no<br />

âmbito discursivo. Os azulejos como elemento arquitetônico se desenvolveram nas cidades brasileiras, então<br />

colônias, tal qual em Portugal, desde que se iniciou a erição de prédios em pedra e cal – em Belém e São Luís<br />

esse processo passou a ocorrer decididamente no século XVIII, ganhando força no século XIX (COIMBRA,<br />

2011).<br />

Observando o azulejo enquanto discurso, à moda de Foucault, atravessamos a temporalidade em busca<br />

de outros discursos com os quais mantinham relações. Em nosso levantamento, encontramos uma<br />

materialidade importante: em 1964, fora publicado pela gráfica Tupy, no Rio de Janeiro, o livro “São Luís:<br />

cidade dos azulejos”. A obra faz um levantamento iconográfico, tratando da tipologia da azulejaria na capital<br />

maranhense. Para nós, o livro, de autoria de Mário M. Meireles, reatualiza um discurso, reitera um epíteto que<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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