Anais DCIMA Final-1

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Figura 1: À direita, a marca publicitária da TV Liberal (Belém); à esquerda, marca publicitária da
prefeitura de São Luís.
Antes de partirmos para a análise das marcas publicitárias, procuramos o primeiro referente das
comemorações dos 400 anos de Belém e São Luís: o temporal. A comemoração destes aniversários usa como
marco inicial para a contagem do tempo a presença portuguesa no território que viria a se chamar de Amazônia,
isto é, toma como marco o início da colonização deste território (NEVES, 2015). A comemoração anual do
aniversário destas cidades, de tempos em tempos, rememora o início da colonização portuguesa; de ano em
ano, relembra os nomes de militares portugueses considerados como fundadores das cidades; a cada festejo,
sedimenta a presença dos colonizadores europeus como a condição de existência das cidades.
Em 12 de janeiro de 2016, Belém, capital do estado do Pará, localizada na
Amazônia brasileira, completará, oficialmente, 400 anos de fundação. A
comemoração desta data, proposta por alguns setores da sociedade local
representa, sem dúvida, uma homenagem ao processo de colonização europeia
na região. Diferentes sujeitos construíram diferentes discursos para falar sobre a
cidade e não foi um processo pacífico, nem igualitário, pelo contrário, foi
marcado pelo silenciamento das memórias indígenas e africanas, pela imposição
da língua portuguesa e da arquitetura colonial. Não haveria, portanto, um
paradoxo entre esta comemoração agenciada pelo poder público e a pluralidade
étnica da cidade? (NEVES, 2015, p. 27)
A partir desta caracterização temporal, que já demarca a que se refere um discurso de aniversário tal
como se constituem estes festejos em Belém e São Luís, e para adentrarmos as análises em si, precisamos
caracterizar algunas aspectos do momento histórico vivido por essas cidades amazônicas. Uma demarcação
importante é a centralidade do fenômeno comunicativo na vida em sociedade – tomando os variados meios de
comunicação – e, mais recentemente, a internet, como um dos fios condutores político-econômicos. É um
momento em que há a geração de uma quantidade elevada de enunciados a partir da produção de conteúdo nas
redes sociais, como Orkut, Twitter, YouTube, Facebook e outras ferramentas.
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