Anais DCIMA Final-1

Página 374
PRODUÇÃO E CICULAÇÃO DE IMAGENS SOBRE MULHERES
INDÍGENAS
Ana Shirley Penaforte CARDOSO
Universidade Federal do Pará (UFPA)
spenaforte@gmail.com
Resumo: Esta comunicação faz uma discussão, a partir da construção de subjetividades, com base no
conceito de dispositivo desenvolvido pelo filosofo Michel Foucault. A reflexão parte da observação de
imagens que retratam mulheres indígenas de diferentes sociedades. Analisará uma pintura, uma
fotografia e um trecho da carta de Caminha. Enunciados realizados em diferentes temporalidades e que
constroem uma narrativa sobre o que é ser uma indígena hoje. A estratégia discursiva posta em
circulação por estas materialidades, ora são silenciadas, ora irrompem na sociedade pelas condições
históricas que as constituíram e ajuda a pensar os corpos de mulheres indígenas como lugares de
verdade, de resistência e de política. À luz da análise do discurso francesa, busca-se compreender os
fios discursivos que visibilizam determinadas narrativas visuais sobre indígenas na sociedade
contemporânea.
.
Palavras-chave: Sociedades indígenas; Dispositivo; Discurso
Introdução
No contexto das sociedades ocidentais, desenvolveu-se um complexo processo de inferiorização dos
saberes, dos rituais e das práticas culturais de povos indígenas. Esta caracterização foi motivada por uma ideia
evolucionista e persiste na contemporaneidade. Muitos destes povos são identificados como incivilizados,
selvagens, preguiçosos, ou violentos. Ideias recorrentes e homogeneizantes que prevalecem em diferentes
campos do conhecimento ocidental. Seja, por exemplo: na literatura, na música ou nas imagens. Esta noção
evolucionista é facilmente reconhecível, ao se observar apenas uma pequena parte da carta de Pero Vaz de
Caminha, da qual falarei um pouco mais adiante, este é hoje um documento reconhecido como uma das
primeiras descrições sobre o Brasil.
Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado
Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805