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Anais DCIMA Final-1

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Página 826<br />

deve ser descoberta e definida por meio de análise, de ambas as modalidades. Pois o desconhecimento da<br />

natureza do enunciado redunda em formalismo e em uma abstração exagerada deformando a historicidade da<br />

investigação, assim não evidenciando a relação da língua com o social. (BAKHTIN, 2003, p. 263-264.)<br />

A charge se enquadra dentro dos gêneros secundários ou mais complexos, pois há situações de uma<br />

comunicação cultural mais complexa, artística, científica e histórica. Sendo esta um elemento jornalístico,<br />

tendo o os jornais, impressos e online, seu suporte de circulação, bem como revistas, redes sociais e outros<br />

meios, tratando em grande parte de temas relacionados à política. O gênero discursivo charge possui um texto<br />

imagético de circulação social, que nos recortes das notícias, faz uso de variados recursos da linguagem, seja<br />

a ironia, a metáforas e frases de efeito (GOMES, 2016, p.31).<br />

Para Bakhtin ‘‘todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem’’<br />

(BAKHTIN, 2003, p. 261) a vista disso a linguagem é uma forma de interação social, no qual o objetivo é a<br />

comunicação. O enunciado pode ser falado ou escrito, resultado de relações sociais, é o que forma o discurso.<br />

O enunciado é:<br />

Concebido como unidade de comunicação, como unidade de significação,<br />

necessariamente contextualizado. Uma mesma frase realiza-se em um número<br />

infinito de enunciados (BRAIT, 2006, p. 63).<br />

De forma que existe uma interatividade entre sujeitos falantes. O ouvinte não é um ser passivo, ele<br />

pode concordar ou não, pode completar e discutir, atuando de forma ativa no ato enunciativo, pois o locutor<br />

não deseja uma reação passiva, mas um retorno, uma vez que age no sentido de provocar uma resposta. Sendo<br />

que:<br />

Em cada enunciado abrangemos, interpretamos, sentimos a intenção discursiva<br />

de discurso ou a vontade discursiva do falante que determina o todo do<br />

enunciado, o seu volume e suas fronteiras (BAKHTIN, 2003, p. 261).<br />

A enunciação é resultado tanto do enunciado de um discurso como também dos fatores<br />

extralinguísticos, pois o significado de um discurso não será entendido apenas pelas palavras que o compõem,<br />

ou seja, os gestos, olhares, entonação da voz também compõe um discurso.<br />

Outra questão que deve ser mencionada sobre enunciação é a da dialogia que para Bakhtin qualquer<br />

enunciação produzida só pode ser compreendida se entendermos sua relação com outras enunciações. Da forma<br />

que toda enunciação é um diálogo, um enunciado jamais pode ser entendido como fato isolado, pois é um:<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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