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Anais DCIMA Final-1

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Página 50<br />

Como filha, Glicínia manifestou toda a dor, por não entender o comportamento de seu pai, a quem<br />

amava e admirava. Sabia que era uma boa filha, sempre obediente e carinhosa. A partir das agressões, via-se<br />

frequentemente humilhada, constrangida, envergonhada, e sentia-se responsável pelo sofrimento da mãe e<br />

diferente das outras colegas no relacionamento com seus pais. Quando mais nova, ao ouvir falar de casos<br />

semelhantes, nunca imaginou que, como filha, viesse a sofrer tanto e a ter seu pai como algoz. Hoje, depois de<br />

suas agressões, considera-o um monstro e sequer consegue chamá-lo de pai.<br />

Vemos no relato de Glícínia, sua plena consciência de seu papel como filha e seu esforço para atender<br />

a expectativa da sociedade.<br />

Quadro 4: Excertos relativos ao papel de cidadã<br />

• Eu resolvi colocar ele na Lei Maria da Penha (Acácia)<br />

• Eu procurei a Delegacia da Mulher, e eles me ajudam<br />

assim muito (Bromélia)<br />

• Denunciar porque hoje só sofre a mulher que quiser,<br />

porque hoje tem essa lei que apoia, que ajuda muito.<br />

(Glicínia)<br />

• Aí eu resolvi procurar ajuda. Denunciei ele, (Dália)<br />

• E não é a primeira vez que eu coloco ele na Maria da<br />

Penha. Já é três vezes que eu coloco. Em Fortaleza,<br />

eu coloquei ele na Maria da Penha. Num deu em<br />

nada. A segunda vez, eu coloquei ele de novo, aqui<br />

no São Luís do Maranhão, também num deu em nada.<br />

Mas eu tenho fé em Deus que dessa vez agora ele vai<br />

preso. Já tem três voz da Maria da Penha. (Acácia)<br />

Fonte: Elaborado pelas autoras<br />

A mulher cidadã, na sua fala, revela conhecer seus direitos, principalmente pela familiaridade com a<br />

Lei Maria da Penha, com os direitos dela advindos e com os órgãos de Justiça.<br />

Todas as participantes buscaram seus direitos e revelaram confiança na justiça, mesmo diante de outras<br />

experiências mal sucedidas. Assim, estão na casa abrigo. amparadas pela lei, como resultado do desrespeito<br />

de seus agressores às medidas protetivas aplicadas, após o registro de B.O. na Delegacia da Mulher.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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