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Anais DCIMA Final-1

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Página 799<br />

A memória individual não está isolada. Frequentemente toma como referência<br />

pontos externa ao sujeito. O suporte em que se apóia a memória individual<br />

encontra-se relacionado às percepções produzidas pela memória coletiva e pela<br />

memória histórica (HALBWACHS, 2006: p. 57).<br />

Para esse autor, a memória individual é construída através da memória coletiva que temos construída<br />

em meio a pequenos grupos. O que vemos hoje toma lugar no quadro de referencias das lembranças antigas,<br />

inversamente essas lembranças se adaptam ao conjunto de nossas percepções do presente.<br />

Desta feita, a memória é duração, mas não é um armazenamento que o individuo guarda e recompõe<br />

quando olha para uma imagem, por exemplo, não se resume a isso, pois o sujeito movimenta na recomposição,<br />

noções e pré-noções de acordo com as articulações que viveram, ou seja, o individuo aciona um conjunto de<br />

relações de vivencias que lhe permite ler o presente através de quadros de referencia do passado ancorados em<br />

sua memória. A memória é a articulação entre a inteligibilidade e a realidade.<br />

Como afirmam Iliénkov(1977) e Kopnin ( 1978), a imagem subjetiva não é uma<br />

cópia mecânica do real, não se institui unilateralmente no contato imediato com<br />

o objeto, produzindo-se na relação ativa entre sujeito e objeto.Por isso, a<br />

consciência não pode ser identificada exclusivamente com o mundo das<br />

vivencias internas, mas apreendida como ato psíquico experienciado pelo<br />

indivíduos e, ao mesmo tempo, expressão de suas relações com os outros homens<br />

e com o mundo.(MARTINS, p. 29, 2013).<br />

A imagem psíquica desenvolve-se com a complexificação estrutural dos organismos por meio da<br />

atividade que a condiciona, e nisso reside à materialidade da própria consciência. Os fenômenos objetivos<br />

preexistem a ela, a quem compete à captação e a reconstituição no plano subjetivo.<br />

Diante do que coloca Halbwachs sobre a referência do grupo social a que o individuo pertence e por<br />

ele é influenciado, e Asmann quando esclarece a relação do presente com o passado na recomposição da<br />

memória, é interessante indagar que memórias pedagógicas comparecem no trabalho educativo das instituições<br />

educacionais hoje? Nessa perspectiva quais as memórias coletivas e /sociais estão permeando o pensamento<br />

docente hoje na conjuntura social das instituições educacionais? De onde essa memória procede e quais suas<br />

principais referencias?<br />

É necessário entender que a “memória pedagógica”, está entrelaçada num movimento onde passado e<br />

presente se entrecruza e assim estruturam o futuro, pois assim como afirma Medeiros (2007) a memória não é<br />

só passado, mas presente (com as permanências do passado) e futuro pensado ou entrevisto, ou desejado.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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