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Anais DCIMA Final-1

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Página 29<br />

Nessa perspectiva, foi possível concluir que a maioria (60%) dos casos de metátese foi detectada na<br />

fala dos informantes com escolaridade de nível fundamental. Essa informação associada aos resultados em<br />

nível diatópico – maior ocorrência na zona rural –, com efeito, “explica” a estigmatização do fenômento em<br />

questão, uma vez que as variedades não-padrão da Língua Portuguesa, como a fala interiorana e a fala dos<br />

indivíduos menos escolarizados, são alvos constantes do preconceito linguístico, que nada mais é que o reflexo<br />

da própria marginalização sofrida por esses setores da sociedade (BAGNO, 2007, p.16). Assim, a associação<br />

entre o processo de metátese e a fala de indivíduos pertencentes a esses segmentos leva à estigmatização desse<br />

fenômeno e à sua percepção pelos interlocutores que não a realizam como um grave “erro” de fala.<br />

Observemos, abaixo, a distribuição do fenômeno em se tratando do fator escolaridade:<br />

Gráfico 4. Variação diastrática<br />

Fonte: elaborado pela autora<br />

2.5 Braguilha x Barguilha<br />

Dentre os itens lexicais em que foi verificada a ocorrência de metátese, é forçoso destacar o item 142<br />

do QFF, referente ao vocábulo “braguilha”, o qual propiciou a ocorrência do fenômeno de forma extremamente<br />

significativa, estando a ele associadas 80% do total de ocorrências de metátese detectadas neste estudo, sob a<br />

forma de barguilha e demais variantes (barguia e parguilha).<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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