Anais DCIMA Final-1

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distribuir aos amigos que frequentavam a boate. Além disso, Carlos, o “maltre”
da boate e do hotel, é sócio de Antônio Faustino.” (12 de novembro de 1977, p.
11, Folha de S.Paulo).
1986
Nos anos 1980, quando temos o boom da cocaína no Brasil, seja quanto à apreensão ou ao uso, na
manchete escolhida para análise, assim como em outras manchetes da época, há referência à forte influência
dos EUA no combate à droga no Brasil. Abaixo percebemos, no texto de 1986, referência à cocaína e ao
derivado “crack” como perigos para a sociedade estadunidense – referência extensiva aos traficantes.
E5.“O “crack”, o cigarro de cocaína, foi oficializado como um dos mais perigosos inimigos
da sociedade norte-americana”. (4 de setembro de 1986, p. 58, Folha de S.Paulo – Ilustrada).
No segmento de texto abaixo, novamente vemos a cocaína presente nos círculos sociais das pessoas
de melhor condição financeira. O texto é uma crítica à cobertura da mídia acerca das drogas, principalmente
àquela que combate com mais rigor o crack do que a cocaína.
E6. “Nunca vi ninguém tomar crack. Vi-vejo gente tomar cocaína em qualquer reunião social de
Nova York. Ou melhor, vejo nos jornais de televisão “étnicos” dizendo que o crack é terrível, que
tomaram e se deram mal, desaconselhando outros jovens a experimentarem. Claro, em seguida vem
uma aula completa sobre como e onde tomar crack e outras drogas, como cortar e separar a cocaína,
etc.” (7 de agosto de 1986, p. 52, Folha de S.Paulo – Ilustrada).
1991
Em julho de 1991, ano em que a apreensão de cocaína ainda aumentava, deparamo-nos com um cotexto
que reforça o sentido de classe constatado na análise das amostras dos anos 1970. No enunciado abaixo, a
palavra “esbanjava” reforça a ideia de que quem usa cocaína tem dinheiro.
E7. “O delegado disse que Curcelli “esbanjava” dinheiro na cidade. Ele foi preso com dez gramas
de cocaína e 200 gramas de maconha.” (11 de julho de 1991, p. 4.4, Folha de S.Paulo – Cotidiano)
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