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Anais DCIMA Final-1

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Página 810<br />

Entretanto, o tempo que não é traduzido em dinheiro não recebe consideração social, sendo<br />

classificado como tempo perdido. Dessa forma, fica demonstrado a simbologia do tempo, reconfigurado em<br />

mercadoria.<br />

A sociedade passa a lidar com o tempo da mesma forma como lida com o<br />

dinheiro, atribuindo a ele também qualidades objetivas e impessoais, como, por<br />

exemplo, a escassez. Como consequência, o tempo pode ser utilizado, pode ser<br />

gasto ou rentabilizado. (CARDOSO, 2007, p.26).<br />

É possível, então, considerar que o trabalho fez com que o homem perdesse sua autonomia em relação<br />

ao tempo, como também ao próprio trabalho, haja vista que o mesmo é previamente programado pelo<br />

funcionamento das máquinas e equipamentos de transmissão de dados. Assim, segundo Braverman (1997), o<br />

controle do tempo de trabalho é também o controle do trabalho.<br />

É importante observar que a dimensão temporal é uma construção social e histórica que, quando<br />

expressa por uma quantidade de trabalho em forma de jornada, representa uma medida social e juridicamente<br />

instituída. Desse modo, Faria (2012) entende que o tempo é, para o sujeito, subjetivo.<br />

4. Considerações finais / Conclusões<br />

É importante reconhecer os avanços que ocorreram no mundo do trabalho, como também as<br />

transformações históricas dos mecanismos de controle e manipulação das atividades laborais, que evidenciam<br />

o caráter ideológico das práticas capitalista e derruba a imagem de neutralidade das mesmas.<br />

Contudo, a memória realiza seu papel relevante, no que se refere a evidenciar ou revelar o que ficou,<br />

ao longo da história, explícito, subentendido ou camuflado nos registros e concepções historiográficas em<br />

torno do sujeito.<br />

Certamente, não se pode pensar a memória sem a história ou a história sem a memória, que se apresenta<br />

e “se enraíza no concreto, no espaço, no tempo, no gesto, na imagem, no objeto" (NORA, 1981). Todavia, o<br />

trabalho, a linguagem, o corpo e as crenças constroem uma imagem na subjetividade humana e na estrutura<br />

social.<br />

Todo o esforço em torno do lembrar e esquecer oferece a exterioridade material-simbólica da<br />

memória, responsável por situar o homem como sujeito de seu tempo. Nesse sentido, Bergson (1999) considera<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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