Anais DCIMA Final-1

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Partindo desta premissa, é que torna-se necessária a discussão sobre as relações estabalecidas entre
idosos dependentes de cuidadores para alimentar-se.
É por intermédio da alimentação que constituem-se categorias históricas que
determinam os padrões de permanência, mudanças dos hábitos, práticas
alimentares, usos e costumes, constituindo um conjunto de representações,
crenças, conhecimentos e práticas, herdadas ou aprendidas e que são
compartilhados pelos indivíduos de um mesmo grupo social (CONTRERAS
HERNÁNDEZ E GRACIA ARNÁIZ, 2005, p.496).
O despertar das recordações de pratos preferidos, de uma alimentação com independência, com seus
costumes, hábitos e autonomia, remonta uma trajetória vivida e experienciada, em seus mais diversos grupos
coletivos, sendo reconstruídos pelos idosos sob uma nova ótica, o viver com dependência.
Para o embasamento do aporte teórico-metodológico que versa sobre envelhecimento e dependência
funcional serão utilizados dados da Organização Mundial de Saúde (2013); (2015), Brasil (2013); (2015) e
autores como Barbosa et al (2014), Loureiro et al.,(2014) e Lima, Neto e Farias (2015). Por ser considerado
um tema atual e que exige renovação progressiva de dados, para tal utilizaremos referências atuais.
Para a fundamentação teórica que relaciona memória e os aspectos alimentares, utilizaremos autores
como Woortmann (2013), Contreras Hernández e Gracia Arnáiz, (2005), Le Goof (2013) e Halbwachs (1990)
sendo este último considerado autor essencial para o entendimento e compreensão de como se dá a formação
dessas memórias socialmente determinadas pelos grupos e que emergem da coletividade.
É por intermédio da memória que ressignificamos e imprimimos as diversas representações
construídas ao longo dos convívios com os nossos grupos de pertencimento, nesta perspectiva, este trabalho
buscará desvelar as memórias de idosos dependentes e suas representações sociais acerca das rotinas
alimentares.
1. O envelhecer e a dependência nas atividades que envolvem a alimentação
São considerados idosos aqueles cuja idade compreenda um quantitativo igual ou superior a 60 anos,
sendo estes divididos entre idosos jovens e idosos longevos para aqueles com idade acima de 80 anos.
A faixa etária que mais cresce no Brasil compreende a de idosos longevos,
devido ao aumento da expectativa de vida e dos determinantes dos agravos de
saúde nas populações humanas, diminuindo assim o índice de doenças
infectocontagiosas e maior ocorrência de doenças crônicas, podendo ocasionar
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