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Anais DCIMA Final-1

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Página 855<br />

Desse modo, as representações sociais não podem ser compreendidas enquanto processo cognitivo<br />

individual, pois é produzida na interação das relações e comunicações sociais (JODELET, 2001; MOSCOVICI<br />

2012).<br />

A Teoria das Representações Sociais ao explicar como se organiza o pensamento que partilhado por<br />

um determinado grupo social, resulta em uma determinada representação, configura-se como um importante<br />

recurso para estudar de forma ampla o pensamento o social.<br />

É neste sentido que o passado, quanto memória coletiva, torna-se relevante, para compreendermos os<br />

sentidos que os objetos representados têm para os sujeitos, salientando os elementos históricos que<br />

contribuíram para a construção dessas representações sociais.<br />

É a memória que faz o homem, permitindo-lhes a construção de sua própria identidade. A palavra<br />

memória vem do latim, memor, que quer dizer lembrança, recordação.<br />

Tomaremos como referência as contribuições e o pioneirismo de Maurice Halbwachs (1877-1945)<br />

sobre o caráter social da memória e o elo estabelecido entre os aspectos individuais e coletivos da memória.<br />

Sob a influência do pensamento durkheiminiano e bergsoniano, Halbwachs desenvolveu o conceito de<br />

Memória Coletiva em 1925, apresentando-o por meio da obra Os contextos sociais da memória (1925) e em<br />

sua obra póstuma Memória Coletiva, publicada pela primeira vez em 1950, a partir de pesquisas por ele<br />

deixadas. Por meio dos seus estudos, Halbwachs (2003), afirma que a memória é construída dentro de um<br />

grupo, seja ele do seio familiar, de grupos religiosos ou classes sociais. Em outras palavras, o que recordamos<br />

quanto indivíduos, é sempre condicionado pelo fato de pertencermos a um grupo.<br />

De acordo com Halbwachs (2003), a construção da memória coletiva perpassa necessariamente pela<br />

rememoração das percepções atuais. As confrontações dos depoimentos reconstroem o passado coletivo e<br />

possibilitam o reconhecimento de determinados significados, valores que permitem manter e solidificar os<br />

laços afetivos existentes entre os membros de um grupo.<br />

É desse modo, que as memórias subsistem, por trazerem um juízo de valor, que são comuns a todos<br />

os membros de um grupo. Sendo a memória um fator de coesão do grupo, Halbwachs (2003, p. 30) destaca:<br />

Nossas lembranças permanecem coletivas e nos são lembradas por outros, ainda<br />

que se trate de eventos em que somente nós estivemos envolvidos e objetos que<br />

só nós vimos. Isto acontece porque jamais estamos sós. Não é preciso que outros<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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