Anais DCIMA Final-1

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Podemos perceber que os dois poetas cultivam a herança da lírica antiga, não copiando suas letras,
mas proporcionando deslizamentos semânticos desses lugares-comuns como forma de reverência aos que os
influenciaram e como portador de originalidade ao adequá-los ao seu estilo pessoal.
É importante fazer essa ressalva como modo de separar o topos da ideia de plágio que possa surgir no
imaginário do leitor menos especializado. Se por um lado o primeiro atualiza a herança de modelos
consagrados, adquirindo assim sua originalidade, o segundo copia as letras de outro, sem fazer a devida
referência.
Referências:
ACHCAR, Francisco. Lírica e lugar-comum: alguns temas de Horácio e sua presença em português. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 1994
ASCHER, Nelson, Parte alguma poesia, São Paulo: Editora Companhia das letras, 2005
CARNEIRO, Geraldo. Balada do impostor. Rio de Janeiro: Garamond, 2006
CUNHA, Helena Parente. “O tema da fugacidade do tempo”. Revista Tempo Brasileiro, n. 51.
CURTIUS, Ernst Robert. Literatura europeia e Idade Média Latina. Brasília: Instituto Nacional do livro. 1979
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