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Anais DCIMA Final-1

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Página 775<br />

organização e resistência à ditadura militar, a retomada das lutas operárias e camponesas, o surgimento de<br />

partidos de esquerda e do MST. Nesse período, a Igreja Católica baseada na Teoria da Libertação, se destaca<br />

na formação de lideranças para a organização de base dos trabalhadores, a educação popular é praticada nos<br />

sindicatos e nas pastorais da igreja. O terceiro período iniciou em 1990 e é marcado pela política neoliberal, o<br />

enfraquecimento dos sindicatos e da Igreja Católica. Somente alguns setores ou movimentos se mantiveram<br />

forte e independente em reação ao Estado como é o caso da Comissão Pastoral da Terra – CPT, Conselho<br />

Indigenista Missionário – CIMI e o Movimento Sem Terra – MST. Nesse período, o MST entra na luta pela<br />

reforma agrária e com o apoio da CPT, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e outras<br />

organizações, formam a Articulação Nacional por uma Educação do Campo e realizam a I Conferência<br />

Nacional por uma Educação Básica do Campo em 1998.<br />

A partir da I Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo realizada em 1998, os<br />

movimentos sociais do campo começam a assumir uma identidade própria na trajetória de luta pelo direito a<br />

Educação do Campo e constituiu-se no movimento Por uma Educação do Campo. Esse movimento para<br />

denunciar o processo de exclusão e esquecimento em relação à educação dos povos do campo por parte do<br />

Estado, provocar o debate e lutar por políticas públicas para a Educação do Campo. Arroyo, Caldart e Molina<br />

(2011), apresentam vários fatores que provocaram o debate para o início dessa trajetória da Educação do<br />

Campo, entre eles a necessidade de denunciar o esquecimento ou desinteresse por parte dos órgãos<br />

governamentais em relação à educação das populações do campo, de lutar pela inclusão dos povos do campo<br />

ao direito à educação, de promover um outro olhar sobre os sujeitos do campo e seu papel no projeto de<br />

desenvolvimento, de ressignificar a educação e a escola dos diferentes grupos sociais do campo e de lutar por<br />

políticas públicas de educação do campo.<br />

Na I Conferência Nacional por uma Educação Básica do Campo foi discutido a proposta de educação<br />

do campo como uma proposta que deveria ser diferenciada voltada aos interesses da vida no campo e que se<br />

constituísse como processo de formação humana e estratégia desenvolvimento para o campo; a ampliação do<br />

conceito de Educação Básica para incorporá-lo às práticas educativas dos diferentes grupos sociais do campo;<br />

a substituição da expressão meio rural por campo com o objetivo de relacioná-lo ao conceito histórico e<br />

político de camponês; o avanço do desenvolvimento capitalista no campo suas consequências no campo e na<br />

cidade; a problemática da realidade da Educação Básica no campo e apresentação algumas experiências<br />

educativas organizadas pelos movimentos sociais, consideradas como “prática afirmadoras de outras<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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