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Anais DCIMA Final-1

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Página 345<br />

3. Jean Manzon e sua filmografia<br />

O cineasta francês Jean Manzon chegou ao Brasil nos anos de 1940, desembarcando no Rio de Janeiro,<br />

e construiu uma carreira importante trabalhando nos mais diversos meios de comunicação do país. Mas o seu<br />

destaque foi, de fato, a sua realização cinematográfica, que propagandeava os governos federais, desde a gestão<br />

de Getúlio Vargas até os regimes ditatoriais brasileiros.<br />

Durante toda a sua vida no Brasil, Manzon sempre transitou nos círculos do poder e teve uma relação<br />

bastante próxima aos principais agentes políticos brasileiros. Mas foi sem dúvida com Juscelino Kubitschek<br />

que o cineasta francês consolidou sua aproximação com o poder e a sua amizade com o ex-presidente da<br />

República.<br />

A relação entre Jean Manzon e JK começa ainda quando o ex-presidente era governador do estado de<br />

Minas Gerais. Nesse momento, Manzon começa a produzir uma série de cinejornais sobre as realizações de<br />

Juscelino a frente do governo mineiro. Estas produções audiovisuais serviram como porta de entrada para que<br />

Jean Manzon assumisse a campanha presidencial de JK e posteriormente a divulgação das ações do governo<br />

JK.<br />

De acordo com catálogo da Cinemateca Brasileira, a Jean Manzon Films S.A produziu<br />

aproximadamente 850 cinejornais. Dentre estas produções identificamos pelo menos 13 cinejornais em que o<br />

diretor retrata e fala sobre a Amazônia.<br />

Os cinejornais, ou cine-documentários, eram filmes de curta-metragem, com aproximadamente 10<br />

minutos de duração ou um pouco mais. Seu conteúdo era sempre publicitário, tanto institucionalmente como<br />

privado e eram veiculados nos cinemas sempre antes das sessões dos filmes de longa-metragem durante as<br />

décadas de 1930 até meados da década de 1970.<br />

A representação da Amazônia nos cinejornais de Jean Manzon nos lembra muito as memórias que<br />

encontramos nos relatos dos antigos viajantes da região, que representavam a Amazônia como um “inferno<br />

verde”, “uma terra de duendes” e outros adjetivos de uma região exótica e vazia. Porém, é possível supormos<br />

que o cineasta francês não produziu seus roteiros somente a partir de antigas narrativas sobre a Amazônia e<br />

com certeza ele também esteve na região. Mas até o momento ainda não conseguimos encontrar registros da<br />

passagem de Jean Manzon pela Amazônia.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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