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Anais DCIMA Final-1

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Página 311<br />

comunicação-expressão: diálogo visual, táctil, olfativo de um ser em complexa e constante construção, prova<br />

de que a idade cronológica - no sentido restritivo e pejorativo do termo - não existe, porém não nos esquece.<br />

Termômetro de emoções, há que se ficar atento para às modificações inevitáveis, porém saudáveis, desde que<br />

trabalhadas nesse invólucro físico. Dor, dor, muita dor, corpo sempre é dor, pois conquistar um movimento<br />

novo, um truque acrobático, alongamento, força, resistência, é processo atravessado pela dor. A primeira vez<br />

de algo importante que ocorre com o corpo dói, dar à luz dói, ser bonita dói, ser criança dói, ser criança e<br />

passar a adolescente dói, ser adulto dói, ser velho dói mais ainda!<br />

Envelhecer seria congregar a soma de todas as dores, embora amparadas pela suposta sabedoria, pelo<br />

olhar para a vida com foco mais enriquecido pela experiência do bem viver. Mesmo olhando para o crepúsculo<br />

da vida de maneira menos pessimista, diríamos: pára esse trem, queremos descer!!!! – Poxa, desculpem, mas<br />

não dá para descer desse trem chamado vida; não dá, porque ser corpo não é só estrutura, é um ser todo<br />

preenchido e de experiências por vir, um ser todo numa busca do que não temos certeza se podemos ou não<br />

alcançar. A busca mantém-nos ativos.<br />

Tal percepção do que está por vir, cria uma sequência de dinâmicas e os chamados “educativos” para<br />

o movimento. Tais educativos são exercícios de preparação das bases para os movimentos mais complexos.<br />

Esta sensibilidade, preparo advém do conhecimento da complexidade corporal. Esta perpassa caminhos da<br />

consciência ao inconsciente. E, neste sentido, mencionamos desde as técnicas meditativas de Yoga, Reiki,<br />

Gyrokineses e Gyrotonic até as de treinamento do Clown, palhaço, por considerar que as primeiras trouxeram<br />

para a artista Virgínia, a familiarização com o corpo que pulsa, respira, medita, faz pausas racionais; a segunda,<br />

traz para a pessoa - com suas técnicas artísticas - a exploração do eu escondido, a exposição do ser como ele<br />

é, no reconhecimento do que sai do aceitável, do padrão, da estética, do belo, da moda. Essas são algumas<br />

práticas de análise, de reflexão à pessoa que conhece e domina seu corpo, neste caso, a serviço da arte também.<br />

Além de proporcionar momentos de pausa para refletir, de maneira consciente, sobre algumas práticas<br />

cotidianas, expressivas e específicas que se encontram em nossas vidas mundanas, como forma de ordenar<br />

ações corporais de maneira consciente.<br />

O mergulho no próprio corpo, no sentido de dinamizar potências, requer tempo, disposição e<br />

resistência para persistir. Em outras palavras, não há como ampliar e aprofundar conhecimentos do corpo se<br />

não houver parênteses no tempo cotidiano, voltado para aquisição de conhecimentos específicos - no caso<br />

desta artista - os acrobáticos. A consciência corporal desses profissionais da acrobacia é aguçada até nas<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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