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Anais DCIMA Final-1

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Página 816<br />

ajuda o aluno adentrar outros universos, conhecer outros discursos, debater sobre sua realidade e ter novas<br />

maneiras de expressar uma opinião, ampliando também sua forma de leitura, pois:<br />

Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É a<br />

partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a<br />

todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de<br />

leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta<br />

leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. (LAJOLO,<br />

1993, p. 59)<br />

Reconhecendo que o processo de leitura não se restringe ao ato de decodificar os signos dispostos nos<br />

livros e outros gêneros textuais, as atividades de leitura e análise devem levar os alunos a perceber a<br />

composição das charge, bem como a sua função social e seus propósitos comunicativos. Outra vantagem do<br />

uso da charge, está no fato desta chamar a atenção dos alunos pela própria linguagem artística que exibe, assim<br />

como as inúmeras abordagens sobre a política nacional e internacional, estabelecendo relações de<br />

intertextualidade, evocando conhecimentos específicos da linguagem e do período histórico a ser analisado.<br />

No processo de ensino de história o professor deve criar condições para que o aluno possa ter<br />

autonomia nas suas reflexões, segundo Schmidt (SCHMIDT, 2004, p. 57), “entender que o conhecimento<br />

histórico não é adquirido como um dom ” e sim por meio de pesquisas e de redescobertas. A sala de aula não<br />

é um simples espaço de transmissão de informações, mas antes um ambiente de vivências, de experiências, de<br />

relações entre professor e alunos, construindo sentidos e significações.<br />

2. Charge e memória<br />

De acordo com Souza (1997, p. 03), quando se pensa a imagem através do verbal, acaba-se por<br />

descrever, falar da imagem, dando lugar a um trabalho de segmentação da imagem. A palavra não pode ser a<br />

moeda de troca das imagens (DAVIDSON, 1984).<br />

O que permite a existência da visualidade não é sua relação com o verbal, mas sim sua própria<br />

visualidade. Haja vista que a imagem também informa, comunica, e sim porque ela se constitui em texto, em<br />

discurso. (SOUZA, 1997, p. 3-4) Na Análise do Discurso o não-verbal muitas vezes tem sido renegado a um<br />

espaço marginalizado como objeto empírico de análise.<br />

Analisar a imagem como discurso permite ainda entender como funcionam os<br />

discursos sobre a imagem; discursos que vêm corroborando o mito da<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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