Anais DCIMA Final-1

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ESPAÇO, SUBJETIVIDADES E HISTÓRIAS: MUDANÇAS NOS
MODOS DE VIDA DE SERINGUEIROS DO ACRE SOB AS
LENTES DO MÉTODO VISUAL
Emilson ferreria de SOUZA
Universidade Federal do Pará (UFPA/PPGSA)
emilsonfesou@gmail.com
Resumo. Neste artigo, analiso mudanças dos modos de vidas dos seringueiros brasileiros que viviam
no limite da fronteira amazônica boliviana e que foram deslocados compulsoriamente para cidades
e projetos de assentamentos do INCRA, a partir de 2006. O método que utilizei foi o visual, no qual
o pesquisador deve ter um olhar sociológico (OLIVARES, 2009), apoiado nos fundamentos teóricos
e metodológicos das Ciências Sociais, para poder encontrar a “essência” das relações sociais. “A
imagem é sempre o produto original do afrontamento de duas mises en scènes, a das pessoas
filmadas e a do cineasta” (FRANCE, 1998, p 48). Os resultados prévios nos mostram que esses
atores deslocados criam estratégias sociais e políticas de re-territorialização para com seus modos
de vida, para re-existirem, hoje, no estado do Acre.
Palavras-chave: Seringueiro; Método Visual; Modo de Vida.
Introdução
Apoiado no método visual e em referenciais teórico-metodológicos das Ciências Sociais, neste
trabalho analiso mudanças dos modos de vida dos seringueiros brasileiros que viviam na faixa de 50 km do
território boliviano com o Acre/Brasil e que foram deslocados compulsoriamente para cidades e projetos de
assentamentos do INCRA, a partir de 2006.
Fiz campo na fronteira amazônica boliviana nos anos de 2006, 2012 e 2016, ocasiões em que captei
imagens, realizei entrevistas com os moradores, questionei-os acerca do modo de vida da região, das
transformações iminentes que ocorreram com a chegada da estrada do Pacífico, dos conflitos existentes.
Em 2006, a situação era que o governo nacionalista de Evo Morales queria fazer a reforma agrária na
Bolívia e a solução encontrada foi deslocar compulsoriamente os brasileiros que viviam na faixa de 50 km da
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