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Anais DCIMA Final-1

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Página 302<br />

O meio citadino como referência para uma educação artística de valorização do espaço urbano,<br />

considerando como obras de arte os elementos visuais do grafite nos muros e galerias, apresenta-se como uma<br />

rica possibilidade na maneira de ensinar a interpretar novos elementos estéticos dos espaços urbanos. A relação<br />

cidade e escola permite um diálogo educativo que contribui para novas aprendizagens do ensino da arte, da<br />

história da cidade e de uma educação patrimonial. Hernández (2000, p. 196) refere que “para incorporar os<br />

estéticos presentes, com a finalidade de ensinar a olhar esteticamente, aprender a utilizar procedimentos de<br />

representação e interpretação do meio e valorizar as intervenções ambientais”. Nesta construção de um<br />

caminho educativo, o ensinar deverá partir da construção e vivências do sujeito, como menciona Paulo Freire<br />

“ensinar exige respeito aos saberes dos educandos” (FREIRE, 1996, p. 33). Como sujeito, os alunos e alunas<br />

trazem consigo suas experiências de vida, sejam dentro do convívio familiar ou no entorno de sua moradia,<br />

com a comunidade em que está inserido, onde a escola se apresentaria como um lugar de diferentes sujeitos.<br />

4. Considerações finais<br />

As expressões artísticas na educação escolar são vivenciadas por diversas áreas de conhecimento, não<br />

sendo limitadas ao ambiente restrito das chamadas educações artísticas, história da arte ou congêneres. Há<br />

tempos, o cinema é utilizado em diferentes contextos educacionais, nos quais a produção fílmica é incorporada<br />

conforme temas específicos ou conforme a criatividade de docentes. De modo mais tímido, observa-se que<br />

outras expressões também são incorporadas ao cotidiano escolar, notadamente em áreas urbanas, como é o<br />

caso do Grafite. Buscamos, neste estudo, investigar de que modo a produção fílmica e o grafite estão sendo<br />

trabalhados também como uma ferramenta metodológica de ensino e não apenas como uma manifestação de<br />

artistas de diferentes estilos.<br />

A escola, espaço para produção do conhecimento e reprodução do social, como transmissora de um<br />

conhecimento, é lócus para se pensar em mudanças que visam à participação cada vez mais ativa dos seus<br />

sujeitos, alunos, professores e gestores, assumindo papel de motivadora para contribuir com uma pedagogia<br />

libertária e mediadora. Freire (1996) enfatiza que, sobre a produção do saber, é necessário que os educadores<br />

se convençam que “ensinar não é transferir o conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção<br />

ou a sua construção” (FREIRE, 1996, p. 25). Consequentemente, aproximar a comunidade do que está<br />

localizado e exposto no cenário urbano é o início de uma tarefa educativa nos diversos campos de<br />

aprendizagem, tornando de fundamental importância uma análise a respeito de como a arte é feita, e para quem<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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