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Anais DCIMA Final-1

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Página 853<br />

1. A Teoria das Representações Sociais e a Memória<br />

A Teoria das Representações Sociais foi proposta por Serge Moscovici em 1961. Psicólogo romeno<br />

naturalizado francês, Moscovici na medida em que lançou suas bases conceituais e metodológicas constituiu<br />

um novo paradigma ao âmbito da psicologia social. Sua insistência no reconhecimento da existência de<br />

representações sociais como um fenômeno, o que era antes visto como conceito, é colocado pelo autor no<br />

capítulo 1 do livro Representações sociais: investigações em Psicologia Social (2012), onde nele buscou<br />

teorizar este fenômeno.<br />

Moscovici tem como ponto de partida as contribuições do sociólogo francês Émile Durkheim (1858-<br />

1917), em seu conceito sobre representações coletivas. As representações foram definidas por Durkheim<br />

(1970) como individuais e coletivas, sendo para ele as representações individuais como objeto específico da<br />

psicologia e não da biologia, e os estudos das representações coletivas como sendo a interação entre os<br />

indivíduos associados, sendo eles considerados substrato da sociedade, ficando assim a cargo da sociologia.<br />

Sá (1995, p 21) explica que Durkheim ao conceituar as representações coletivas “[...] procurava dar<br />

conta de fenômenos como a religião, os mitos, a ciência, as categorias de espaço e tempo etc. em termos de<br />

conhecimentos inerentes à sociedade”. Abrangendo, assim, formas muito amplas de conhecimentos.<br />

Em uma perspectiva sociopsicológica, Moscovici (2012), vai além do termo representação coletiva na<br />

teoria de Durkheim, o que para ele tinha um caráter mais fixo, preferindo o termo, social, ao enfatizar a<br />

qualidade dinâmica das representações, reduzindo-as a modalidades e funções específicas.<br />

As representações sociais são, então, identificadas por Moscovici como elo de associação que nos<br />

ligam uns aos outros, através das influências sociais de comunicação. Para Moscovici (2012, p 46) “as<br />

representações devem ser vistas como uma maneira específica de compreender e comunicar o que nós já<br />

sabemos”, com as funções de convencionalizar o que encontram, podendo ser um objeto, pessoa ou<br />

acontecimentos, bem como, serem prescritivas,<br />

[...] isto é, elas se impõem sobre nós com uma força irresistível. Essa força é uma<br />

combinação de uma estrutura que está presente antes mesmo que nós comecemos<br />

a pensar e de uma tradição que decreta o que deve ser pensado. (MOSCOVICI,<br />

2012, p 36).<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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