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Anais DCIMA Final-1

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Página 19<br />

A língua, bem cultural e patrimônio coletivo, reflete a visão de mundo de seus<br />

falantes e possibilita que as trocas sociais sejam significadas e ressignificadas.<br />

No domínio desse conceito está, por exemplo, o estudo da história da literatura,<br />

a compreensão do dinamismo da língua, a questão do respeito às diferenças<br />

lingüísticas, entre outros (BRASIL, 2002, p. 66).<br />

Além disso, os parâmetros ressaltam a importância de um ensino além do decorativo, para isso traçam<br />

uma distinção entre “aprendizagem de fatos e de conceitos” 2 , a partir do qual afirmam que dados e fatos são<br />

aprendidos pela memorização, reprodução e repetição, enquanto os conceitos são adquiridos com a<br />

aprendizagem significativa. Para exemplificar essa diferenciação fez-se uso da própria literatura:<br />

Saber o título do romance mais importante de Aluísio Azevedo é uma coisa.<br />

Relacionar esse título com o sério problema habitacional do final do século 19<br />

no Rio de Janeiro é coisa bem diferente. Ao fazer essa relação, o dado adquire<br />

significado e o aluno amplia seu conhecimento do conceito de literatura, por<br />

exemplo (BRASIL, 2002, p. 35).<br />

Porém, ao analisar o modelo de ensino de literatura, as questões cobradas em vestibulares e o resultado<br />

alarmante sobre a desenvoltura dos alunos, contata-se que essa referência de ensino não vem obtendo êxito,<br />

seja na formação de leitores, uma vez o baixo desempenho em questões interpretativas, seja na própria prática<br />

de ensino, haja vista a adoção de um modelo decorativo, fundamentado na identificação de principais obras,<br />

autores e características; fato esse fomentado pelo próprio PCN+: “[...] o ensino médio dê especial atenção à<br />

formação de leitores, inclusive das obras clássicas de nossa literatura, do que mantenha a tradição de abordar<br />

minuciosamente todas as escolas literárias, com seus respectivos autores e estilos.” 3 . Com o excerto acima,<br />

percebe-se que é incitado o ensino tradicional, com base em escolas, estilos e autores, devendo atentar-se ainda<br />

a expressão “abordar minunciosamente”. Logo, ao passo que é criticado um modelo de ensino decorativo, este<br />

é também estimulado no documento.<br />

Na sequência, ao tratar do “imaginário coletivo”, afirma-se que as representações literárias, musicais,<br />

etc. são linguagens as quais se encarregam de expressar o que é produzido e demandado pela própria sociedade<br />

2<br />

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. PCN Ensino Médio: orientações educacionais<br />

complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, p. 35. Disponível em:<br />

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/linguagens02.pdf. Acesso em: 02 abr. 2017.<br />

3<br />

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. PCN Ensino Médio: orientações educacionais<br />

complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, p. 71. Disponível em:<br />

http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/linguagens02.pdf. Acesso em: 02 abr. 2017.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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