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Anais DCIMA Final-1

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Página 331<br />

conhecimento na língua estrangeira “ocupam” o lugar de professor. Chama nossa atenção o fato de a sociedade<br />

aceitar esse tipo de “professor” e não se dar conta de que dominar o idioma na sua forma oral e escrita não é<br />

suficiente para substituir uma formação que extrapola os conhecimentos linguísticos. Ademais, é na<br />

universidade que se dá a formação de um professor independentemente do local que o mesmo poderá<br />

desenvolver seu ofício, seja em uma escola regular, cursos livres, universidade, entre outros.<br />

Ao postularmos sobre o professor, decidimos explicitar as noções da Análise do Discurso a partir dos<br />

estudos de Foucault, advindos dos de Pêcheux, como forma de descrever o sujeito e sua relação identitária.<br />

Com o intuito de discutir como o sujeito produz efeitos de sentido através de seu discurso, é deveras relevante<br />

compreender como a linguagem era vista pelos Estruturalistas até chegar à língua enquanto Acontecimento.<br />

Neste percurso, Ferdinand de Saussure (1916), no início do século XX, desenvolveu conceitos<br />

basilares de uma nova ciência – a Linguística, cujo objeto de estudo era a língua. Em suas pesquisas, o linguista<br />

percebeu que deveria utilizar um método a fim de imprimir rigor aos seus estudos sociais. Esse método ficou<br />

conhecido como Estruturalismo (SAUSSURE, 2006).<br />

A fim de estabelecer uma relação entre o Estruturalismo e os estudos discursivos, torna-se pertinente<br />

conhecer a fundação da Análise do Discurso. A AD surgiu em meados dos anos 60 na França em meio a uma<br />

atmosfera de crise tanto política quanto teórica. Ao longo de toda essa efervescência, Michel Pêcheux, um dos<br />

fundadores da AD, se propôs a verificar como o homem simbolizava o político por meio da língua e, por isso,<br />

uma de suas conclusões foi a de que os sentidos encontrados não são os mesmos para todos. A língua é então<br />

“passível de jogo e a discursividade como inscrição dos efeitos linguísticos materiais na história para produzir<br />

sentidos” (PÊCHEUX, 1999, p. 75). Disso resulta que a AD teve como primeiro interesse a análise do discurso<br />

político.<br />

Pêcheux (1999) desenvolve a noção de discurso a partir de ideias oriundas da Linguística e do<br />

Materialismo Histórico (a ciência das formações sociais). Baseando-se em uma das dicotomias saussurianas<br />

de língua e fala no Curso de Linguística Geral, ele redesenha e argumenta que esses conceitos não dão conta<br />

de toda a produção de linguagem. Ele aposta que seria relevante propor um “nível intermediário” entre a língua<br />

e a fala, e funda a noção de discurso. Por isso,<br />

Parece indispensável colocar em questão a identidade estabelecida por Saussure<br />

entre o universal e o extra-individual, mostrando a possibilidade de definir um<br />

nível intermediário entre a singularidade individual e a universalidade, a saber,<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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