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Anais DCIMA Final-1

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Página 564<br />

A Unidade de Sentido Zamores é um signo utilizado por S3A, que se constitui em uma forma não<br />

reconhecida pelos compêndios gramaticais como sendo do domínio da norma padrão, mas que é uma variedade<br />

muito utilizada em eventos comunicativos orais. Segundo Cagliari (2006, p.2), a escrita pode ser entendida<br />

como<br />

uma representação da linguagem oral e, portanto, recupera a linguagem oral com<br />

todas as suas características, inclusive o caráter linear e sintagmático dos<br />

elementos que se concatenam numa certa ordem.<br />

A veracidade dessa afirmação é constatada em toda a conversa analisada, e a Unidade de Sentido a<br />

que nos referimos vem mostrar ainda que, no uso que se instaura na escrita praticada no “mundo-vida” dos<br />

sujeitos que interagem no ciberespaço, há um esforço por tentar recuperar também os matizes fonéticofonológicos<br />

da fala. Esse fato se evidencia pela presença da prótese do fonema “z” na forma amores, resultando<br />

no signo analisado Zamores.<br />

4. Considerações Finais<br />

Os dados apontam para o fato de que precisamos pensar a tecnologia numa visão menos determinista,<br />

embora reconheçamos o seu potencial, em termos de possibilidades. Conforme observamos, as idiossincrasias<br />

características dessa escrita utilizada para fins de conversação são, na verdade, resultantes de convenções<br />

consagradas pelos interagentes em um contexto de comunicação, que por ser mediado por tecnologias digitais,<br />

engendra práticas sociais bem específicas e, portanto, diferentes estratégias interlocutórias. Assim,<br />

Convenções são criadas para suplementar, textualmente, os elementos da<br />

linguagem oral e da interação, gerando uma nova ‘escrita oralizada’<br />

(RECUERO, 2012, p. 36).<br />

Nessa escrita, emoticons, oralizações, abreviações, pontuação estilizada, reiterações e prótese de<br />

grafemas conferem afetividade, informalidade, leveza, economicidade, dinamicidade e fluidez à conversação.<br />

A funcionalidade desses recursos nos conduzem a afirmar que se tratam de Marcadores Conversacionais,<br />

portanto, dado o potencial ilocutório que possuem, além de organizarem a interação, possuindo funções tanto<br />

sintáticas quanto conversacionais. O fato de esses recursos não possuírem a mesma configuração da prática<br />

social que lhes deu origem, afetou apenas sua forma, permanecendo intacta a sua função. Algo natural, dada a<br />

plasticidade da língua, afinal<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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