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Anais DCIMA Final-1

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Página 613<br />

Social, a qual é a reunião de tudo que foi recebido nos diferentes grupos sociais que o indivíduo fez parte<br />

(família, escola, religião, grupos de pertencimentos, etc.), estando submetida ao determinismo social, ou seja,<br />

as recordações individuais estão condicionadas à presença nos respectivos grupos.<br />

A memória coletiva, que mostra sobre a cultura, da vivência de um grupo, é baseada nas semelhanças<br />

em comum existentes nas lembranças do indivíduo e do seu semelhante, do outro, pertencentes a uma mesma<br />

sociedade, fazendo assim, a memória tornar-se também uma tradição. Assim, ao tornar-se tradição, segundo<br />

Leal apud Halbwachs (2011, p. 06) afirma que:<br />

tornar tradição conta as memórias não só de um sujeito, mas de um grupo, de<br />

uma comunidade, de uma cidade, de uma região, de um país, de um continente,<br />

de um planeta. Assim contamos a história-memória de toda a humanidade.<br />

Assim, acessamos e construímos a memória-histórica (memória que reconstrói<br />

os fatos da vida cotidiana projetada sobre o passado) de grupo por grupo até<br />

chegarmos à do homo-sapiens.<br />

Através do uso da oralidade e da troca de experiências, a memória pode ser reformulada, tornando-se<br />

diferente, algo de reflexão e modificação. Ela contém valores culturais presentes nas práticas sociais<br />

imprescindíveis ao convívio em grupo, sendo responsável pela manutenção de referências ideológicas,<br />

econômicas e mesmo cultural, constituindo-se como um sistema seletivo e referencial para a preservação<br />

desses elementos no presente.<br />

No Maranhão o culto ao Divino Espírito Santo adquire uma particularidade, pois é conduzido por<br />

mulheres que cantam e tocam tambores, as caixas. Daí seu nome: Caixeiras do Divino, as quais são<br />

consideradas como sacerdotisas no culto ao Divino Espírito Santo reverenciando-o, cantando e tocando seus<br />

instrumentos num ato de fé e de devoção, renovando as suas promessas.<br />

As caixeiras, na visão de Ferreti (2005, p. 15):<br />

[...] constituem elemento imprescindível e típico da festa do Divino no<br />

Maranhão. São senhoras idosas com o encargo de tocar caixas e entoar cânticos,<br />

repetidos de cor ou improvisados, em louvor ao Divino Espírito Santo.<br />

Costumam fazer isso por promessa ao longo da vida e vinculam-se a um grupo<br />

de seis a dez ou mais pessoas, que anualmente toca em diversas casas, sob a<br />

liderança da caixeira régia, ajudada pela caixeira mor.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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