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Anais DCIMA Final-1

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Página 209<br />

identidade peculiar, “seja pela generosidade dos materiais usados em sua construção, seja pelas soluções<br />

ambientais adotadas”. (ww.brasil.gov.br/cultura/2014/11).<br />

2. Cidade, Discurso e Identidades<br />

Segundo Rolnik (2004), a cidade é uma das formas de se entender parte da história de um povo:<br />

É como se a cidade fosse um imenso alfabeto, com o qual se montam e<br />

desmontam palavras e frases. É esta dimensão que permite que o próprio espaço<br />

da cidade se encarregue de contar sua história. (ROLNIK, 2004, p.18).<br />

A cidade enquanto lugar de moradia também é um registro de memórias e identidades, e essa memória<br />

pode ser narrada por meio dos seus bens arquitetônicos, por isso se fala tanto na preservação desses elementos.<br />

Porém, a cidade se encarrega de contar essas histórias, tanto em seus aspectos concretos quanto em sua<br />

dimensão simbólica. Assim, a autora leva-nos a pensar a cidade sob diferentes ângulos. Neste estudo, vamos<br />

entendê-la, sobretudo, como espaço produzido por sentidos evocados em sites de turismo brasileiros.<br />

Conforme afirma ainda essa autora, “ao contrário da cidade antiga, fechada e vigiada para defenderse<br />

dos inimigos internos e externos, a cidade contemporânea se caracteriza pela velocidade da circulação”<br />

(ROLNIK, 1995). A opção pela pesquisa dos sites ocorre em função de se observar o alto investimento de<br />

poderes públicos e privados nessa ferramenta digital para a divulgação de destinos turísticos no país.<br />

Consideramos ainda esses sítios lugares que cristalizam memórias da sociedade, espaço em que grupos<br />

constituem a história não apenas de um espaço como de um povo (NORA, 1993). Interessa-nos a ferramenta<br />

digital, ainda, por entendermos que a relação do leitor desses espaços discursivos, em seu suporte material,<br />

afeta de modo peculiar o olhar dirigido para o destino turístico almejado, diferindo-se, por exemplo, das<br />

relações que o leitor/turista estabelece com suportes mais clássicos, como as revistas impressas, por exemplo.<br />

Além disso, em uma entrevista, Orlandi afirma:<br />

O modo de circulação dos sentidos no discurso eletrônico nos faz pensar que,<br />

pela sua especificidade, produz consequências sobre a função-autor e o efeitoleitor<br />

que ele produz. E estas consequências estão diretamente ligadas à natureza<br />

da memória a que estes sentidos se filiam. (BARRETO, 2006, p.5).<br />

Em relação à memória, nessa forma de circulação de discursos, Orlandi ainda descreve:<br />

E temos, enfim, a memória metálica, ou seja, a produzida pela mídia, pelas<br />

novas tecnologias de linguagem. A memória da máquina, da circulação, que não<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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