Anais DCIMA Final-1

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O presente estudo parte de algumas revisões bibliográficas e literárias que versam sobre a narrativa,
subjetividade e linguagem poética da obra de Carolina Maria de Jesus, incluindo artigos, teses, livros, embora
tenha sido uma obra com grande repercussão na época, as análises sobre a subjetividade e poesia destacadas
por este projeto ainda são mínimas.
Pretendeu-se, neste sentido, enfatizar o subjetivismo poético, a literatura marginal e social da autora,
uma vez que a narrativa nos remete à construção da identidade de um povo inserido numa determinada época.
Partindo, portanto, dos pressupostos teóricos críticos e necessários elaborados por alguns estudiosos, a
exemplo das obras de Letícia Pereira de Andrade, Nicolau Sevcenko, Maussad Moiséis, Antonio Cândido,
Luciana Paiva Coronel, dentre outros aqui referenciados com o intuito de empregar os principais
embasamentos teóricos para um desenvolvimento de análises mais aprofundadas, assim como teses elaboradas
por Fernanda Rodrigues de Miranda, esta que traça os caminhos literários e a construção estética pelos quais
“Quarto de despejo” passeia.
4. Considerações finais
Nessa perspectiva e a partir de análises do discurso e do lirismo da obra supracitada pretendeu- se
identificar as principais ideias para que assim sejam feitas classificações, organizações e leituras coerentes da
obra como um todo.
Vale ressaltar que a partir da leitura atenta de “Quarto de despejo” evidencia-se que o discurso
subjetivo é caracterizado e movido por diferentes aspectos, dentre eles, a vontade da autora em narrar sua vida
cotidiana para conhecer-se e tornar pública toda uma história e costumes de um grupo. Nesse sentido, (VOESE,
2004, p. 76) explica que: “os indivíduos não agem e não falam sem motivação: na origem da produção do
discurso, localizam-se, pois desejos, necessidades, sentimentos, emoções e razões”.
Dito isto, a relevância da pesquisa se justifica por estudar e analisar a subjetividade como perspectiva
literária a partir do viés literário de Carolina Maria de Jesus e faz deste um ato de rebeldia e política, uma vez
que em seus escritos permite conhecer o contexto pérfido em que a autora faz arte.
Nessa perspectiva, toda a obra de Carolina vai sendo construída sob essa perspectiva de perceber a
favela como lugar de contrariedade e isto se mostra no próprio título da obra “Quarto de despejo” expressão
que utiliza para renomear este espaço que são depósitos das grandes cidades, assim a autora narra fatos
cotidianos e problemas característicos dos favelados.
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