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Anais DCIMA Final-1

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Página 599<br />

ROTAÇÕES DE PERSPECTIVAS: JORNAIS E VOZES<br />

MEPREKRE<br />

Hiran de Moura POSSAS<br />

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA)<br />

hiranpp@hotmail.com<br />

Resumo. O texto desdobra-se de pesquisas com os Gavião Kỳikatêjê, povo da floresta<br />

amazônica oriental residente na Terra Indígena Mãe Maria – Pará, cidade de Bom Jesus<br />

do Tocantins. A partir do levantamento de artigos em alguns jornais da cidade de<br />

Marabá/PA, das décadas de 1970 até 2016, são realizadas análises sobre perspectivas<br />

autorais edificando representações canhestras para povos, especialmente indígenas, do sul<br />

e sudeste do Pará. Pelos frequentes exercícios de escuta das vozes dos sábios-velhos: os<br />

Meprekre, observou-se o desejo de refutar sentidos advindos dessas perspectivas kupê 79 :<br />

compreendidas como filigrana de mediação das lógicas binárias advindas das ciências<br />

centro-ocidentais com o estágio em curso do capitalismo internacional distribuindo os<br />

papéis, as cenas, os valores e principalmente sentidos aos povos indígenas.<br />

Palavras-chave: jornais; Meprekre Kỳikatêjê; “simetria”.<br />

Introdução<br />

O povo indígena junto ao qual será realizado este projeto é originário da região de Tucuruí-PA e<br />

atualmente vive na Terra Indígena (TI) Mãe Maria, Aldeia Kyikatêjê, localizada no Km 25 da BR 222,<br />

município de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do Pará. São hetero-denominados índios “Gavião”,<br />

classificados como povos do grupo Timbira, cuja língua é classificada como da família linguística Jê-Timbira,<br />

do tronco Macro-Jê. Nos últimos 30 anos este povo tem intensificado o contato com os não-indígenas em<br />

função dos impactos e desterritorializações sofridos devido à construção da UHE Tucuruí, abertura da BR-222<br />

a implantação de linhas de transmissão de energia e Estrada de Ferro Carajás, que corta a T. I. Mãe Maria.<br />

Mais recentemente o povo Kyikatêjê tem reivindicado junto ao Governo Federal e a empresas promovendo<br />

impactos socioculturais e ambientais em seu território, direitos decorrentes dessas violações e agressões. Estas<br />

reivindicações se associam também à exigência de reconhecimento de uma língua própria do povo Kyikatêjê,<br />

79<br />

Sociedade dos brancos.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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