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Anais DCIMA Final-1

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Página 609<br />

Assim, o estudo voltou-se para o entendimento da festa como um movimento de caráter popular e a<br />

sua sustentação através da memória de seus participantes percebendo as características da construção da sua<br />

tradição e identidade cultural. Em relação aos procedimentos teórico-metodológicos, utilizou-se da pesquisa<br />

bibliográfica de caráter descritivo e exploratório, bem como a utilização da pesquisa de campo através de<br />

entrevistas realizadas com as pessoas participantes da festa.<br />

Como aporte teórico da pesquisa, foram de suma importância as contribuições de muitos autores,<br />

destacando-se os seguintes: Del Priore (2000), Lima (1988) no que diz respeito as noções sobre festa popular,<br />

principalmente a festa do divino. No que diz respeito a tradição, baseou-se em Hobsbawm e Ranger (1997),<br />

Giddens (1997). A abordagem ao longo do texto em relação ao universo da memória foi baseada em Fentress<br />

e Wickham (1992), Halbwachs (2006), Del Priori e Horta (2010), e Le Goff (2013).<br />

Os autores Viveiros (1977), Lima (1998), Ferretti (2005), Barbosa (2009), Gomes; Gastal; Coriolano<br />

(2015) serviram como referenciais a cerca da história da cidade de Alcântara, bem como para se compreender<br />

sobre os elementos constituintes da Festa do Divino Espírito Santo e a participação dos envolvidos como<br />

característica fundamental e essencial para a manutenção dessa tradição cultural.<br />

Assim, o estudo acerca da tradição cultural, bem como da memória da festa do Divino da cidade de<br />

Alcântara tornam-se significativos para o registro dessa comemoração possibilitando aos futuros envolvidos<br />

com a festa, informações a cerca da mesma como uma forma de manutenção dessa tradição e motivando<br />

também o desenvolvimento de novas pesquisas em relação à celebração do Divino Espírito Santo em<br />

Alcântara.<br />

1. A Cidade de Alcântara e a celebração do Divino Espírito Santo<br />

Localizada ao norte do estado do Maranhão, entre as baías de Cumã e São Marcos, a cidade de<br />

Alcântara, teve em sua origem habitada por índios Tupinambás numa aldeia chamada Tapuitapera no século<br />

XVII. Tempos depois, precisamente, em 22 de dezembro de 1648, foi elevada a Vila de Santo Antônio de<br />

Alcântara. No século XVII a cidade teve seu apogeu no setor de exportação de produtos agrícolas,<br />

principalmente o arroz e o algodão para os mercados europeus, tornando o estado como um dos mais ricos e<br />

“vivendo assim uma fase brilhante da vida econômica do Maranhão” (Viveiros, 1977, p. 58). No final do<br />

século XIX, devido a vários fatores, ocorreu o processo de decadência econômica e social da aristocracia rural,<br />

promovendo assim um abandono da cidade por boa parte da população.<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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