Anais DCIMA Final-1

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Victoria que a maioria da população foi afetada por um estranho sinal na TV, estes foram transformados em
espectadores. Jem e Victoria estariam entre a parcela da população não afetada, que serviriam de alvos para
outra parcela da população não afetada: os caçadores.
Jem também conta que planeja ir até um transmissor chamado White Bear para que possa destruí-lo e
acabar com o sinal de transmissão na área. No caminho encontram um homem chamado Baxter que consegue
captura-las. Baxter as leva para uma floresta onde planeja tortura-las. No momento em que Baxter está prester
a torturar Victoria, Jem intervém e o mata.
Ambas, depois do susto, seguem viagem até o transmissor. Chegando lá são surpreendidas por dois
caçadores, e no momento em que Victoria luta com um deles descobre que uma das armas era de brinquedo.
Neste momento as paredes se abrem e revelam uma audiência grandiosa, uma plateia que aplaude entusiasmada
ao espetáculo.
Ainda em choque Victoria percebe que todos aqueles que encontrou eram atores e recebe a notícia de
sua própria identidade. A mulher, na verdade, trata-se de uma criminosa que com o auxílio do noivo, Iain
Rannoch, sequestrou uma menina, Jemmima, a garotinha da foto. A garotinha teria sido assassinada por Iain e
seu corpo queimado, enquanto Victoria filmava toda a ação. A partir disso Victoria teria sido sentenciada a
viver uma experiência no nível da que infligira à garotinha.
Posto isso, entendemos que o cenário de todo o episódio trata-se de um Parque de Justiça, no qual os
espectadores pagam para assistir Victoria ser humilhada, perseguida e violentada, como forma de justiça.
Assim, dia após dia, Victoria revive, desmemoriada, a mesma sequência de acontecimentos. E de igual maneira
os espectadores, que de modo algum precisaram de um sinal de TV que lhes fizesse uma lavagem cerebral,
acompanham, filmam e gozam com o sofrimento de Victoria.
2. O Que a Psicanálise Tem a Dizer Sobre o Urso Branco?
Primeiramente é necessário destacar a ausência, neste episódio, de recursos tecnológicos outros que
não os que temos hoje. O que vemos pode tranquilamente se dar nos dias de hoje. O assustador reside
justamente ai. O que nos separa da realidade representada por Urso Branco? O que leva as pessoas no episódio
a contemplarem fascinadas e cheias de gozo o sofrimento do outro? Um outro que nós, enquanto
telespectadores, aprendemos a simpatizar no decorrer da trama.
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