30.10.2017 Views

Anais DCIMA Final-1

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Página 708<br />

deve dizer o que já foi dito, sob uma roupagem diferente, estabelecendo uma relação com a exterioridade, quer<br />

por meio do efeito de unidade de sentidos que dará ao texto, quer por meio das regras linguístico-textuais e<br />

culturais a que se submete ao escrever.<br />

Para observarmos esses aspectos, traremos, na sequência, uma produção escrita de um dos alunos que<br />

o projeto atende, vindo da rede pública de educação. Nas imagens abaixo, são apresentados fragmentos que<br />

compõem esse texto dissertativo-argumentativo produzido a partir da seguinte situação: inicialmente<br />

escolhemos o tema diversidade cultural (temática em alguma medida abordada, inclusive, no teste de redação<br />

do ENEM 2016). Em seguida, disponibilizamos aos cursistas textos sobre essa temática, como o da pluralidade<br />

de raças existente no nosso país, o sincretismo religioso brasileiro, dentre outros. Proporcionamos discussões<br />

dirigidas acerca do tema e, por fim, solicitamos aos alunos a produção textual. O texto escolhido, de três<br />

parágrafos, assim inicia-se:<br />

Figura 1. Introdução da redação do aluno<br />

O texto inicia sua argumentatividade com o tópico frasal: “No mundo há uma grande diversidade<br />

cultural”; a partir dessa ideia-núcleo o aluno irá restringir o tema de seu texto a um lugar em que se sente<br />

confortável para dissertar: o Brasil. Assim, temos um período que inicia com “O Brasil é um país miscigenado<br />

(...)”, e vale observar que por meio da palavra “miscigenado” ele estabelece o diálogo com a noção de<br />

diversidade cultural.<br />

Logo neste primeiro fragmento, podemos verificar que existe uma memória discursiva sobre a questão<br />

da diversidade cultural brasileira. Por memória discursiva, entendemos, com Fernandes (2008), um espaço de<br />

memória que se torna uma ferramenta para o funcionamento do discurso que constitui um corpo-sóciohistórico-cultural.<br />

Nela, os discursos exprimem uma memória coletiva na qual os sujeitos estão inscritos e que<br />

trabalha com acontecimentos anteriores ao texto, “numa perspectiva de interdiscursividade, reflexo das<br />

materialidades que intervêm na sua construção” (FERNANDES, 2008, p. 49).<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!