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Anais DCIMA Final-1

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Página 774<br />

política e de aprendizado entre todos os sujeitos sociais contribuindo para a construção do pertencimento social<br />

dos mesmos”. (SILVA, 2006, p.3)<br />

Segundo Caldart, a Educação do Campo tem como centralidade a escola, mas sua concepção de<br />

educação vai além da escola, seu projeto educativo se insere na luta pelo direito dos trabalhadores ao acesso<br />

ao conhecimento produzido na sociedade e tendo acesso a esse conhecimento, poder fazer a crítica ao modelo<br />

de conhecimento dominante e “construir referências próprias para a solução de problemas de uma outra lógica<br />

de produção e de trabalho que não seja a do trabalho produtivo para o capital” (CALDART, 2008, P. 3). Para<br />

a autora não se pode compreender a Educação do Campo, sem conhecer o contexto histórico em que ela surgiu:<br />

o movimento concreto de ações práticas e luta política por educação e um projeto de campo e de país que vai<br />

de encontro ao modelo de desenvolvimento dominante. A Educação do Campo não surge como uma proposta,<br />

um ideário de educação a ser implantado, mas como luta por uma outra concepção de educação e de campo<br />

construída no seio da luta dos movimentos sociais camponesas pela Reforma Agrária. Pensar a Educação do<br />

Campo, “é considerar os sujeitos da educação e considerar a prática social que forma estes sujeitos como seres<br />

humanos e como sujeitos coletivos. E não pretender que a educação/a pedagogia valha e se explique por e em<br />

si mesma” (CALDART, 2008, P. 6).<br />

A Educação do Campo é uma reivindicação dos movimentos sociais do campo e tem sua origem na<br />

educação popular, portanto, ao se falar em Educação do Campo, não se pode deixar de falar sobre educação<br />

popular que deu origem aos movimentos de educação no Brasil. Segundo Ribeiro (2013), a expressão educação<br />

popular remete à caminhada histórica das organizações populares na participação, realização e sistematização<br />

de experiências de educação popular relacionadas ao campo e à cidade. A educação popular se baseia na ação<br />

educativa do processo de luta dos sujeitos políticos coletivos. Segundo a concepção de educação popular, é<br />

nas formas de organização dos trabalhadores e trabalhadoras que se manifesta a dimensão educativa da luta<br />

capaz de promover a transformação da realidade.<br />

A autora apresenta três períodos históricos que marcam as experiências de educação popular no Brasil.<br />

O primeiro período é conhecido como populismo e data de 1950 até 1964, ano do golpe militar, nesse período<br />

participam da educação popular a igreja Católica, professores, estudantes, artistas e intelectuais envolvidos no<br />

projeto de desenvolvimento econômico nacional e suas ações estavam focadas nas campanhas de alfabetização<br />

de adultos associadas ao método Paulo Freire, trabalhos de cultura popular e também educação de base. O<br />

segundo período iniciou no final da década de 70 do século passado e é marcado pelos processos de<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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