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Anais DCIMA Final-1

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Página 173<br />

“arigós”. Quando começaram a serem expulsos dos seringais, nos anos de 1970, pelos “paulistas”, receberam<br />

a denominação de “acreanos” (ALEGRETTI, 2002).<br />

Em terras bolivianas, esses seringueiros continuaram seus modos peculiares de viver em harmonia<br />

com o meio ambiente. Eram, na grande maioria, extrativistas, praticavam a agricultura de subsistência, criavam<br />

pequenos animais, criavam poucas cabeças de gado, e viviam um modelo de vida que preservava a floresta,<br />

um modo de vida quase autossustentável.<br />

Recentemente, com a política nacionalista, de Evo Morales, presidente da Bolívia, estes seringueiros<br />

se viram, mais uma vez, ameaçados de serem deslocados das terras onde moram, agora pelos Bolivianos.<br />

2. Abordagem teórica e metodológica<br />

Segundo Costa (s/d), para além de “pesquisa de terreno”, outras expressões são usadas para designar<br />

este estilo de pesquisa: “trabalho de campo”, “estudo de caso”, “estudo de comunidade”, “análise intensiva”,<br />

“método qualitativo”, “etnografia”, “observação participante”. É claro que alguns destes termos não são<br />

exatamente sinônimos uns dos outros (COSTA, s/d, p. 129).<br />

Para Peirano (2014), tudo que nos surpreende, que nos intriga, tudo o que estranhamos, nos leva a<br />

refletir e a imediatamente nos conectar com outras situações semelhantes que conhecemos ou vivemos (ou<br />

mesmo opostas), e a nos alertar para o fato de que muitas vezes a vida repete a teoria (PEIRANO, 2014, pp.<br />

378, 379).<br />

A etnografia é a ideia-mãe da antropologia, ou seja, não há antropologia sem pesquisa empírica. A<br />

empiria _ eventos, acontecimentos, palavras, textos, cheiros, sabores, tudo que nos afeta os sentidos, é o<br />

material que os antropólogos analisam e que, para eles, não são apenas dados coletados, mas questionamentos,<br />

fonte de renovação. Não são “fatos sociais”, mas “fatos etnográficos” (PEIRANO, 2014, p. 380). Nessa<br />

direção, a pesquisa que ora desenvolvo exigirá a percepção empírica dos modos de vida dos seringueiros em<br />

uma dimensão ampla, captada por meio do método fílmico e em diálogo com outros métodos.<br />

Em meu trabalho de campo optei pelo aporte teórico do método visual, dentro do qual o pesquisador<br />

deve ter um olhar sociológico (OLIVARES, 2009), apoiado nos fundamentos teóricos e metodológicos das<br />

Ciências Sociais, para encontrar a “essência” das relações sociais. Nesse método, as imagens tanto podem ser<br />

fixas ou em movimento; e podem ser captadas pelo investigador social, ou por outras pessoas. Os registros<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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