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Capa da TESE - Fesete

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para trás os trinta anos gloriosos e começava a emergir uma nova fase onde a tendência socialjá não era a <strong>da</strong> harmonização no progresso. Daí a enorme pressão externa e interna para a nãoconsoli<strong>da</strong>ção dos parcos direitos sociais e laborais dos trabalhadores portugueses, negociadosna fase pós Abril de 1974, quando comparados com os restantes países <strong>da</strong> União Europeia, àqual Portugal viria a aderir em 1986. Assim, na nossa opinião não se tratou de um novo cicloorientado para a normalização contratual, mas pelo contrário <strong>da</strong>va-se início a um processocomplexo de retrocesso nos direitos laborais que hoje ain<strong>da</strong> perdura, ancorado numa visãoneoliberal <strong>da</strong>s relações de trabalho e num arquétipo de competitivi<strong>da</strong>de ancorado no custo,com fraca incorporação na cadeia de valor.Numa análise ao edifício <strong>da</strong> negociação colectiva, Lima apresenta-nos alguns dosproblemas existentes em Portugal: ausência de articulação dos vários níveis de negociação;défice de negociação ao nível de empresa, as convenções de sector são predominantes, não setendo verificado nos últimos anos qualquer movimento de descentralização, em direcção aosacordos de empresa; riscos de segmentação induzidos pelo paralelismo de convenções;declínio <strong>da</strong> sindicalização e nós acrescentamos de filiação patronal nas respectivasassociações com consequências na dificul<strong>da</strong>de de associar os trabalhadores e as empresas àredefinição de regras no domínio <strong>da</strong>s relações laborais; e designa<strong>da</strong>mente de gerar um novodinamismo <strong>da</strong> negociação ao nível <strong>da</strong> empresa; défice de auto regulação – os bloqueios <strong>da</strong>negociação colectiva e o declínio <strong>da</strong> sindicalização e filiação patronal nalguns sectores,conduzem a que o Estado continue a assumir um papel substitutivo dos actores <strong>da</strong> negociaçãocolectiva, visto que a ampla cobertura <strong>da</strong>s convenções colectivas se deve sobretudo àsportarias de extensão, designa<strong>da</strong>mente no caso <strong>da</strong>s pequenas empresas; a conflituali<strong>da</strong>de entresindicatos e associações patronais articula<strong>da</strong> a concepções distintas no quadro sindical quecontribui para a não revisão periódica <strong>da</strong>s convenções, e nomea<strong>da</strong>mente, define as maioresdificul<strong>da</strong>des no plano <strong>da</strong> renovação dos conteúdos; a quase ausência de recurso à mediação earbitragem como forma de resolução dos conflitos, o que favorece o imobilismo; a ausênciade mecanismos que relacionem a representativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s organizações dos trabalhadores epatronais – com a negociação de convenções, (Lima, 2004, pp. 195-196).Num trabalho de investigação mais recente Ferreira procede a um conjunto deavaliações sobre os resultados e as tendências <strong>da</strong> negociação colectiva em Portugal. Asavaliações que têm como objecto os resultados obtidos pela negociação colectiva tendem aconvergir no reconhecimento do seu imobilismo, assumindo centrali<strong>da</strong>de a negociação deconteúdos pecuniários. Segundo Ferreira, os <strong>da</strong>dos disponíveis relativos às alterações dosconteúdos, pecuniários ou não pecuniários, em sede de negociações directas ou em sede deconciliação são expressivos a este propósito.120

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