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Capa da TESE - Fesete

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Mas Kovacs eluci<strong>da</strong> que este modelo dualista não é suficiente para analisar astransformações do emprego. Regista que, para além do aumento <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des entretrabalhadores permanentes e flexíveis, se verifica uma tendência para a crescentediferenciação <strong>da</strong>s situações de emprego. Na perspectiva de Kovacs, as formas flexíveis deemprego são ambíguas e podem ter implicações diferencia<strong>da</strong>s. Para os mais qualificados, otrabalho flexível pode fornecer oportuni<strong>da</strong>des adicionais para trabalhar, pode permitir obterrendimentos suplementares às famílias ou uma melhor articulação entre o tempo de trabalho,as responsabili<strong>da</strong>des familiares e/ou o tempo de lazer.Mas, para outros, as formas flexíveis podem traduzir-se em menores níveis salariais,numa redução <strong>da</strong> protecção social, na reduzi<strong>da</strong> ou falta de acesso à formação profissional eem menores oportuni<strong>da</strong>des de progressão na carreira. Pelo que as mu<strong>da</strong>nças no trabalho e noemprego não podem ser enquadra<strong>da</strong>s numa única tendência em direcção a umahomogeneização. Kovacs conclui que estamos perante uma transformação que englobatendências contraditórias, que ao nível do emprego implica o aumento <strong>da</strong> diferenciação noque se refere às situações concretas de trabalho e às oportuni<strong>da</strong>des de vi<strong>da</strong> (Kovacs, 2005, pp.18-19).Nesta diversi<strong>da</strong>de de abor<strong>da</strong>gens sobre o sentido <strong>da</strong>s transformações no trabalho e noemprego, Kovacs exprime a opinião que considera a coexistência de tendências diversas e atécontraditórias na evolução dos padrões de emprego e nas qualificações. Os desenvolvimentosrecentes não são manifestações de uma única tendência marcante de uma nova era queanunciava a generalização do trabalho inteligente, o fim do emprego, a generalização dotrabalho independente ou ain<strong>da</strong> o fim do trabalho. Estamos perante uma tendência para acrescente diversificação, heterogenei<strong>da</strong>de do trabalho e do emprego e, até, para a suainvisibili<strong>da</strong>de no seio <strong>da</strong>s redes complexas dentro e entre empresas. E Kovacs conclui que nãoestamos perante o fim do trabalho ou do emprego, mas perante a difusão de mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>desflexíveis frequentemente precárias de trabalho e de emprego (Kovacs, 2005, pp. 15-17).Ain<strong>da</strong> sobre a convergência ou diferenciação <strong>da</strong>s relações laborais na UE, Ferner eHyman consideram, num estudo na déca<strong>da</strong> de 90, que as pressões <strong>da</strong> internacionalização sãoreais e substanciais, mas não são lineares ou esmagadoras nas suas consequências nas relaçõeslaborais. É também claro que alguns tipos de instituições e sistemas nacionais estão maisvulneráveis que outros (Ferner; Hyman, 1998, p. XV).Esta nova fase é caracteriza<strong>da</strong> pela expansão dos mercados internacionais, pelaemergência de blocos de comércio regionais e pela incorporação dos países de leste nosistema económico mundial. Sectores de activi<strong>da</strong>de económica anteriormente enquadradosnas economias nacionais abrem-se à competição internacional. A liberalização dos mercados29

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