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Capa da TESE - Fesete

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deslocalização <strong>da</strong>s empresas, ao mesmo tempo, constituem novas oportuni<strong>da</strong>des para areinvenção sindical e para a recriação <strong>da</strong>s relações laborais (Cerdeira, 2005, p. 95).Também Kovacs reflecte sobre esta temática e considera que a procura constante delocais mais vantajosos para produzir e vender produtos e serviços, à luz <strong>da</strong> lógica <strong>da</strong> reduçãodos custos, tende a levar a uma fragmentação do processo produtivo e a uma divisão tipo“taylorista” do trabalho entre empresas. As activi<strong>da</strong>des profissionais liga<strong>da</strong>s à alta tecnologiatendem a concentrar-se nas empresas centrais localiza<strong>da</strong>s em áreas com infra-estruturasmateriais, de informação-comunicação adequa<strong>da</strong>s; ao mesmo tempo, as operações de rotinatendem a ser deslocaliza<strong>da</strong>s para empresas subcontrata<strong>da</strong>s, situa<strong>da</strong>s preferencialmente emregiões de mão-de-obra barata. A descentralização <strong>da</strong> produção, a desagregação do trabalho ea sua coordenação numa rede interactiva de comunicação em tempo real, a segmentação e aflexibilização do trabalho levam à crescente diversi<strong>da</strong>de de horários laborais e <strong>da</strong>s condiçõesde trabalho, à diferenciação, à individualização dos trabalhadores e <strong>da</strong> relação de emprego.Mas, para Kovacs, os trabalhadores com uma natureza de emprego flexível nãoconstituem, to<strong>da</strong>via, um grupo homogéneo caracterizado pela precarie<strong>da</strong>de face aostrabalhadores do núcleo duro cujo emprego tem uma natureza estável e ligados às activi<strong>da</strong>descentrais de maior valor acrescentado. Para alguns trabalhadores em situação de precarie<strong>da</strong>deesta é uma opção e uma oportuni<strong>da</strong>de num percurso para uma melhor situação profissional.Para outros, o emprego precário é um risco de cair numa armadilha de onde é difícil sair(Kovacs, 2005, p. 2).Neste contexto de grande diferenciação, a defesa do factor “trabalho” depende ca<strong>da</strong>vez mais de negociações individuais. O poder concentrado dos grandes actores económicos(grandes empresas transnacionais e suas alianças com instituições globais como o FMI, oBanco Mundial ou a OMC, não está ou está pouco contrabalançado do lado do trabalho. Opoder sindical encontra-se enfraquecido e a defesa dos interesses do trabalho a níveltransnacional é débil ou inexistente. Em nome <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de são toma<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s nosentido do desmantelamento <strong>da</strong> protecção institucional do trabalho, nomea<strong>da</strong>mente no sentido<strong>da</strong> eliminação <strong>da</strong> regulação colectiva. Os sindicatos debilitados pela crise e pela mu<strong>da</strong>nça nosistema produtivo têm dificul<strong>da</strong>des em a<strong>da</strong>ptar a sua estratégia e organização às necessi<strong>da</strong>desde grupos de trabalhadores mais heterogéneos (diferentes níveis de formação/qualificação,género, i<strong>da</strong>de, nacionali<strong>da</strong>de, grupos socioprofissionais fragmentados e grupos semcapaci<strong>da</strong>de para defender os seus interesses). (Kovacs, 2005, p. 3)Os sindicatos deparam-se com um cenário em que parece estar tudo em mu<strong>da</strong>nçacontínua, num movimento incontrolável. Os problemas com que os trabalhadores se deparam,desemprego, precarie<strong>da</strong>des no emprego, desajustamentos de formação e qualificações, per<strong>da</strong>46

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