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Capa da TESE - Fesete

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colectivos para uma atitude individualista, “as pessoas acreditam menos no colectivo efuncionam mais no individual” (E7), “estão um bocado egoístas, porque sabem que quando senegoceia para os sócios, negoceia-se para eles também” (E8). Com uma citação dos actoressociais temos cinco motivos, quatro dos quais podem identificar representações sociais dostrabalhadores que sofrendo alterações têm implicitamente consequências nas suas práticasquotidianas: Os jovens têm outra representação social <strong>da</strong> construção <strong>da</strong>s relações de emprego,“os jovens de hoje de 30 anos não passaram pela necessi<strong>da</strong>de de lutar, reivindicar, por umconjunto de direitos que quando chegaram ao mercado de trabalho já lá estavam” (E3);alteração <strong>da</strong> representação social sobre o sentido de pertença entre o trabalhador e o seusindicato, “há hoje um desfasamento naquilo que eu considero, o sindicato como pertença dostrabalhadores. Os trabalhadores sentiram-no como seu e não como mais uma repartição ondese deslocam quando têm um problema” (E5); alteração <strong>da</strong> representação social dostrabalhadores na forma como resolver os conflitos resultantes <strong>da</strong>s relações de emprego e <strong>da</strong>scondições de trabalho, afastando a sua participação e acção nos processos de negociaçãocolectiva, “os trabalhadores acham que elegeram uma equipa, pagam para o sindicato e nóstemos que resolver os problemas deles” (E6); alteração <strong>da</strong> representação social que via osindicato como uma organização proponente e vocaciona<strong>da</strong> para a negociação colectiva epassou a vê-lo como uma organização cujo objectivo central é a oposição sistemática,abdicando <strong>da</strong> negociação, “se eles já vão ser contra, porque são normalmente contra, já nemvale a pena intervir muito” (E7); o último motivo elencado releva que a luta se mantém, ostrabalhadores não reduziram a sua participação e acção, só que o fazem, não para reivindicarnovos direitos, mas para defender o emprego e não pagamento dos salários por algumpatronato, “lutam por questões mais concretas, lutamos quando o patrão não paga os saláriosou quando o patrão quer fechar a empresa” (E4).Ancorados nas técnicas selecciona<strong>da</strong>s registamos e avaliamos os <strong>da</strong>dos recolhidos nospontos 1 e 2 do presente Capítulo. Relativamente à participação dos trabalhadores napreparação <strong>da</strong>s propostas e durante os processos de negociação entre 1996 e 2007, verifica-seuma tendência para a redução significativa dessa participação, quer na forma directa, com ostrabalhadores envolvidos, quer na forma indirecta quando essa participação é feita através dosdirigentes e delegados sindicais eleitos; os <strong>da</strong>dos apurados indicam uma redução quantitativados dirigentes e delegados sindicais. Dos <strong>da</strong>dos recolhidos nos sindicatos filiados na FESETE,constata-se um forte crescimento <strong>da</strong>s cotizações suplementares recebi<strong>da</strong>s, pagas pelostrabalhadores que à <strong>da</strong>ta em que recorrem ao sindicato não estavam filiados, passando a sê-loa partir apenas desse momento, o que confirma a tendência dos actuais trabalhadores verem osindicato numa lógica instrumental. Só me sindicalizo quando tiver problemas e resolvido o289

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