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Capa da TESE - Fesete

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degra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s condições de trabalho em espaços significativos <strong>da</strong> cadeia produtiva (Castillo,2005, pp. 152-155).Face á sua relevância no contexto, eluci<strong>da</strong>mos o conceito de representações sociais, asquais constituem uma forma de conhecimento social, imagens que condensam um conjunto designificações; categorias que servem para classificar as circunstâncias, os fenómenos e osindivíduos com quem nos relacionamos.Em conclusão, Castillo refere que o que se requer aos trabalhadores não são altasqualificações, mas uma disponibili<strong>da</strong>de de tempo, uma completa disposição para entrar ousair do sistema produtivo segundo as necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong> produção e capaci<strong>da</strong>des para responderao aumento <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de do trabalho. A tendência não é criar postos de trabalho e tão poucoempresas que protagonizem a chama<strong>da</strong> “via alta do desenvolvimento económico”. Com osactores sociais institucionais pressionados pela ameaça permanente <strong>da</strong> deslocalizaçãoprodutiva, pela transferência <strong>da</strong> produção ou de fragmentos produtivos para outros locais,fomenta-se uma “via baixa do desenvolvimento económico e social” (Castillo, 2005, pp. 156-157).Não existe um consenso nas diferentes abor<strong>da</strong>gens acerca do sentido <strong>da</strong>s actuaistransformações do trabalho remunerado e do emprego. A perspectiva neoliberal, segundoKovacs, anuncia o fim do trabalho assalariado e a emergência de um novo arquétipo detrabalho, onde a empresa tenderá a organizar-se não em torno do trabalho assalariado, massim, em torno de trabalhadores autónomos. Nesta óptica, vivemos na era do pós-emprego, naqual os trabalhadores deixam de ser assalariados e passam a trabalhadores autónomos,prestadores de serviços. Numa abor<strong>da</strong>gem crítica a este modelo, consideramo-lo umretrocesso social na medi<strong>da</strong> em que é o retorno ao trabalho por encomen<strong>da</strong> e onde o indivíduoque fornece a força de trabalho (manual ou intelectual), fica responsável pela sua gestão, numcontexto de grande instabili<strong>da</strong>de do sistema global de produção. Ou seja, os empregadorestransferem riscos e custos para os indivíduos prestadores de serviços e para o Estado. Ochamado pós-salariado significa apenas que as empresas são livres de seleccionar, numaabun<strong>da</strong>nte reserva de prestadores de serviços de to<strong>da</strong> a espécie, aqueles que oferecem omelhor serviço ao mais baixo custo (Kovacs, 2005, p. 15).Na empresa flexível surge uma divisão entre dois blocos de trabalhadores. O núcleocentral estável de trabalhadores–chave, inseridos numa relação de emprego a longo prazo,gozando de segurança, bons salários e perspectivas de carreiras. E um grupo de trabalhadoresperiféricos onde a relação de emprego é de curto prazo, as funções limita<strong>da</strong>s no tempo eutiliza<strong>da</strong>s segundo a necessi<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação às flutuações do mercado. Estes trabalhadoressão vistos e tratados como simples instrumentos <strong>da</strong> produção e facilmente removíveis.28

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