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Capa da TESE - Fesete

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Segundo Dornelas e [et al] os indicadores disponíveis sugerem que podem existirelevados graus de desconformi<strong>da</strong>de entre as normas legais e contratuais e as práticasempresariais em domínios como a natureza do contrato de trabalho e o cumprimento doshorários de trabalho. Não menos importante é a consideração de que os consensos alcançadosna Concertação Social não se têm traduzido em modificações <strong>da</strong> contratação colectiva detrabalho, suficientes para orientar a regulação <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça dentro <strong>da</strong>s empresas emconformi<strong>da</strong>de com as decisões constantes dos acordos bilaterais e dos acordos tripartidoscelebrados em sede de Concertação Social (Dornelas; [et al], 2006, pp. 19-23).Partindo <strong>da</strong> ideia <strong>da</strong> existência de um eixo de inclusão e de um eixo de exclusão <strong>da</strong>negociação colectiva, Ferreira considera que estes eixos são definidos pela capaci<strong>da</strong>de depenetração <strong>da</strong> negociação colectiva na regulação <strong>da</strong>s relações laborais. O eixo de inclusãoincorpora, segundo Ferreira, dois tipos de reali<strong>da</strong>des sócio-laborais. A primeira reporta-se aoimpacto <strong>da</strong> descolectivização do direito <strong>da</strong>s relações laborais e <strong>da</strong> crise <strong>da</strong> voz colectiva, sobreos sistemas de relações laborais; nesta tendência destacaria: (1) as transformações senti<strong>da</strong>snos domínios do desemprego, <strong>da</strong> segmentação e duali<strong>da</strong>de dos mercados de trabalho,acarretando dificul<strong>da</strong>des de organização dos trabalhadores com relações laborais atípicas; (2)a designa<strong>da</strong> “crise do movimento sindical” cujo principal sintoma será a desindicalização; (3)a terciarização <strong>da</strong>s economias, conjuga<strong>da</strong> com as tendências de desindustrialização, levando àproblematização do modelo de base operária e industrial <strong>da</strong>s relações colectivas de trabalho einduzindo a flexibili<strong>da</strong>de operativa afeiçoa<strong>da</strong> às relações laborais no terciário; (4) asdificul<strong>da</strong>des associa<strong>da</strong>s à democracia laboral traduzível nas barreiras às formas departicipação indirecta e directa na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s empresas; (5) a estruturação do quotidiano numabase individualista, traduzível no mercado de trabalho por um crescente interesse pelas formasde contratação individuais e atípicas. Considerando o conjunto <strong>da</strong>s mutações elenca<strong>da</strong>s,Ferreira aponta-nos uma tendência para o recuo dos contratos colectivos e a consequenteper<strong>da</strong> de centrali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> negociação colectiva, ao mesmo tempo que ganham espaço asnegociações informais e interpessoais escora<strong>da</strong>s na “promoção <strong>da</strong> autonomia individual”,reconhecíveis nas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de contratação precárias e tendencialmente civilistas (Ferreira,2006, p. 75).A segun<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de sócio-laboral diz respeito ao peso <strong>da</strong> economia informal e dotrabalho não declarado no quadro <strong>da</strong> economia portuguesa. Estamos perante um segmentoperiférico que tende a ser socialmente invisível; está confinado a uma esfera exterior aoespaço público e sem interferência <strong>da</strong> contratação colectiva. O fenómeno <strong>da</strong> economiainformal está intimamente ligado ao trabalho informal (trabalho não declarado, trabalho ilegalou trabalho infantil). Este trabalho situa-se em zonas de exclusão <strong>da</strong> estrutura normativa65

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