12.07.2015 Views

Capa da TESE - Fesete

Capa da TESE - Fesete

Capa da TESE - Fesete

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

e de medos que têm vindo a expandir-se nas estruturas sociais, nomea<strong>da</strong>mente, no campolaboral.O peso dos micro poderes nas instituições burocráticas e nas empresas continua aalimentar múltiplas situações de opressão que asfixiam a digni<strong>da</strong>de individual, a autonomia ea criativi<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> um. Enquanto trabalhador, ou enquanto ci<strong>da</strong>dão, o sujeito individual ésuprimido, ou esconde-se no anonimato e na sua esfera priva<strong>da</strong>, o que, por sua vez inibe aemergência de novos sujeitos colectivos (Estanque, 2006, pp. 7-8).No actual contexto os sindicatos são obrigados a abrir as suas preocupações paraenglobar as dinâmicas politicas e sociais que estruturam o mercado de trabalho. Paraexercerem uma influência efectiva no mercado de trabalho os sindicatos têm que se dirigir aoEstado e para avaliar a relevância de uma economia moral alternativa, os sindicatos devemtambém participar na socie<strong>da</strong>de civil (Hyman, 2001, p. 15).Para Silva, os sindicatos têm que recusar o papel de serem uma espécie de parceiro nagestão desse processo de “modernização” aparentemente incontrolável, a que todos se têmque “a<strong>da</strong>ptar”, sem contudo abandonarem ou abdicarem do exercício efectivo dos seusdireitos de intervenção institucional. O caminho de um movimento sindical reivindicativo eproponente convoca uma acção sindical dinâmica, articula<strong>da</strong> e coordena<strong>da</strong> nos diversosplanos, que responsabilize e afronte esses poderes de forma adequa<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> processo. Ossindicatos precisam de ir por este caminho, para encontrarem formas de construção derelações de força mais favoráveis aos trabalhadores.A acção proponente dos sindicatos revela-se <strong>da</strong> maior importância, não só pelacredibilização que confere à acção sindical como, ain<strong>da</strong>, pela influência que exerce sobre ainstância decisória. A força e a vali<strong>da</strong>de desta acção dependem <strong>da</strong> representativi<strong>da</strong>de de quema desencadeia, <strong>da</strong> sua capaci<strong>da</strong>de de mobilização e, por conseguinte, do potencial de acçãoreivindicativa existente (Silva, 2007, p. 451).À medi<strong>da</strong> que a socie<strong>da</strong>de portuguesa se terciariza, o movimento sindical tende adeixar de ser predominantemente de base operária. No entanto, convém reter o papel históricodo movimento operário até a um período recente em Portugal. Foi, aliás, esse movimentooperário que alimentou as bases sociais do sindicalismo português e são, segundo Estanque,essas referências e essa memória que continuam a marcar o discurso e as propostas de acçãode uma larga corrente do sindicalismo português. Para Estanque é hoje unanimementereconhecido que esta visão deixou de adequar-se à reali<strong>da</strong>de do mundo laboral. Muito emboraas classes sociais estrutura<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> esfera produtiva continuem a fornecer a principalbase <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des, o certo é que, a classe deixou há muito de ser o determinanteprincipal do conflito político. Num contexto crescente de globalização e individualização <strong>da</strong>s54

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!