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Capa da TESE - Fesete

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de direitos laborais e sociais, aumentos de horário de trabalho, redução real de salários,polivalências desqualificantes e outros, são justificados pelos poderes dominantes como sendoum resultado de um processo de “modernização” sempre associado à globalização queninguém controla.Neste contexto é induzi<strong>da</strong> a ideia de que não há poderes, ou enti<strong>da</strong>desinstitucionaliza<strong>da</strong>s (desde a empresa aos Estados, aos blocos regionais, ao plano mundial),responsáveis ou responsabilizáveis pelo que acontece, a quem se possa exigir respostas e quetenham a obrigação de responder às situações cria<strong>da</strong>s, respeitando a autonomia e os interessesespecíficos de quem contra-propõe ou reivindica, ou seja, poderes que para os trabalhadores epara as suas organizações sejam interlocutores efectivos, na recepção e no tratamento de umaproposta, na gestão de um processo reivindicativo ou de um conflito (Silva, 2007, p. 450).O objectivo neoliberal é transformar o contrato de trabalho baseado no estatuto dotrabalhador (identi<strong>da</strong>de colectiva) num conjunto de direitos em contratos de mercado e,concomitantemente, fragilizar a negociação colectiva, <strong>da</strong>ndo primazia à negociaçãoindividual, onde o protagonismo tende a pertencer ao patronato que define o espaço econteúdo <strong>da</strong> negociação argumentando para tal com a mu<strong>da</strong>nça, a imposição <strong>da</strong>s tecnologias edo mercado. Em resultado desta fragmentação e atomização, torna-se mais difícil a formaçãode colectivos de trabalho estáveis e com capaci<strong>da</strong>de para empreender acções colectivas. Háuma tendência para o enfraquecimento quer <strong>da</strong> noção do interesse colectivo, quer <strong>da</strong> empresaenquanto uma uni<strong>da</strong>de portadora de sentido e significado para aqueles que nela trabalham.Neste novo e complexo contexto os sindicatos são confrontados com a necessi<strong>da</strong>de deadoptarem uma orientação estratégica que respon<strong>da</strong> à instabili<strong>da</strong>de do mercado de emprego(Kovacs, 2005, p. 3).Numa reflexão sobre os Sindicatos na Alemanha, Reino Unido e Itália, Hyman elencaquatro observações. Em primeiro lugar todos partilham os mesmos problemas: o declínio <strong>da</strong>importância do núcleo tradicional ocupacional; o enfraquecimento dos laços entre o trabalho eidenti<strong>da</strong>des sociais; muitas vezes pouco apoio político; e os dilemas entre o trabalho e o ca<strong>da</strong>vez mais forte ambiente económico competitivo. A “economia global” que emerge <strong>da</strong>produção basea<strong>da</strong> em informação e competição é caracteriza<strong>da</strong> pela sua interdependência,pela sua assimetria, pela sua regionalização, pela sua inclusão selectiva, pela sua segmentaçãoassente na exclusão e, como resultado de to<strong>da</strong>s estas características a sua variabili<strong>da</strong>degeométrica que por sua vez tem tendência a dissolver economias históricas e geográficas.Em segundo lugar, os desenvolvimentos que constituem grandes desafios para ossindicatos em alguns países, certas vezes causam pouco incómodo noutros países. Feitoshistóricos específicos podem adquirir um estatuto quase irónico e podem ser abandonados47

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