12.07.2015 Views

Capa da TESE - Fesete

Capa da TESE - Fesete

Capa da TESE - Fesete

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ao aumento <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de do trabalho. A tendência não é criar postos de trabalho e tão poucoempresas que protagonizem a chama<strong>da</strong> “via alta do desenvolvimento económico”. Com osactores sociais institucionais pressionados pela ameaça permanente <strong>da</strong> deslocalizaçãoprodutiva, pela transferência <strong>da</strong> produção ou de fragmentos produtivos para outros locais,fomenta-se uma “via baixa do desenvolvimento económico e social” (Castillo, 2005, pp. 156-157).A perspectiva neoliberal, segundo Kovacs, anuncia o fim do trabalho assalariado e aemergência de um novo arquétipo de trabalho, onde a empresa tenderá a organizar-se não emtorno do trabalho assalariado, mas sim, em torno de trabalhadores autónomos. Nesta óptica,vivemos na era do pós-emprego, na qual os trabalhadores deixam de ser assalariados e passama trabalhadores autónomos, prestadores de serviços. Numa abor<strong>da</strong>gem crítica a este modelo,consideramo-lo um retrocesso social na medi<strong>da</strong> em que é o retorno ao trabalho porencomen<strong>da</strong> e onde o indivíduo que fornece a força de trabalho manual ou intelectual, ficaresponsável pela sua gestão, num contexto de grande instabili<strong>da</strong>de do sistema global deprodução. Ou seja, os empregadores transferem riscos e custos para os indivíduos prestadoresde serviços e para o Estado. O chamado pós-salariado significa apenas que as empresas sãolivres de seleccionar, numa abun<strong>da</strong>nte reserva de prestadores de serviços de to<strong>da</strong> a espécie,aqueles que oferecem o melhor serviço ao mais baixo custo (Kovacs, 2005, p. 15).Nesta diversi<strong>da</strong>de de abor<strong>da</strong>gens sobre o sentido <strong>da</strong>s transformações no trabalho e noemprego, Kovacs exprime a opinião que considera a coexistência de tendências diversas e atécontraditórias na evolução dos padrões de emprego e nas qualificações. Os desenvolvimentosrecentes não são manifestações de uma única tendência marcante de uma nova era queanunciava a generalização do trabalho inteligente, o fim do emprego, a generalização dotrabalho independente ou ain<strong>da</strong> o fim do trabalho. Estamos perante uma tendência para acrescente diversificação, heterogenei<strong>da</strong>de do trabalho e do emprego e, até, para a suainvisibili<strong>da</strong>de no seio <strong>da</strong>s redes complexas dentro e entre empresas. E Kovacs conclui que nãoestamos perante o fim do trabalho ou do emprego, mas perante a difusão de mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>desflexíveis frequentemente precárias de trabalho e de emprego (Kovacs, 2005, pp. 15-17).Também actual, é segundo Lima, a concepção de que é o reforço <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de<strong>da</strong>s empresas, como objectivo central, a que se deve subordinar a mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong>s normas. Estaconcepção levanta problemas de retrocesso social. As reivindicações dos empregadores detornar normas de tal modo flexíveis, para responder à conjuntura, ou à agressivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>competitivi<strong>da</strong>de de produtos produzidos em países onde falar de direitos ambientais, laboraise sindicais, é um eufemismo, é algo que coloca em causa o modelo social europeu e aumentaas assimetrias numa relação já de si desigual entre empregadores e trabalhadores.144

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!