Capa da TESE - Fesete

Mais recentemente a liberalização do comércio mundial sem regras, nomeadamentesociais e ambientais, sem reciprocidade na circulação dos produtos ao nível global, aumentoua concorrência nos mercados de produtos, exigindo das empresas portuguesas das ITVC umaumento da competitividade tanto ao nível dos custos como da qualidade.Como pretendemos elucidar o sentido da evolução dos padrões de concorrência entre1996 e 2007, fomos procurar conhecer quais os modelos de concorrência defendidos pelosparceiros sociais sectoriais e pelos órgãos de poder. A FESETE no seu Programa de Acçãoaprovado no 9º Congresso em 2004, considera que “… a reestruturação e a modernização dasITVC é uma exigência desta organização sindical desde há muito... ”. O Congresso reafirmouas linhas estratégias da, “… inovação, da reestruturação e da modernização das ITVCancoradas num novo modelo: de defesa da fileira produtiva e de uma maior incorporação nacadeia de valor, que ultrapasse a fase de uma indústria baseada em baixos custos de mão-deobra;que aposte em novos factores de competitividade como a inovação, o design, a moda e aqualidade; que no plano comercial apoie a valorização das ITVC portuguesas em potenciaismercados externos; respeitador dos direitos de participação dos trabalhadores e das suasorganizações; que garantam uma politica salarial, de duração e organização dos horários detrabalho e qualificação dos trabalhadores que inverta a actual matriz de mão-de-obra barata edesqualificada… ”. Pelos extractos retirados do Programa de Acção do 9º Congresso daFESETE podemos considerar que esta organização sindical defende um sentido para o padrãode concorrência que evolui da concorrência pelos custos, para a concorrência pela qualidade.As conclusões do estudo sobre a Competitividade, Subcontratação Externa e Empregoeditado pela Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC/APIV),em 2004, relevam que, “…a geografia do sector irá continuar a modificar-se substancialmentenas próximas décadas e o desafio que se coloca aos mercados tradicionais de produção têxtil evestuário, como o português, que no quadro actual e no desempenho da sua funçãointrinsecamente industrial foram atingidos por uma irreversível perda de competitividade aonível das remunerações do factor trabalho, consiste em saber se conseguirão atrair, gerir edesenvolver funções geradoras de maior valor acrescentado ao longo da cadeia de valor…”.Assim, “…no quadro actual o que se deve enfatizar não é o encerramento e a deslocalizaçãopura e simples das unidades industriais, mas antes a recomendação de uma visão estratégicaglobal que reconheça e aproveite os benefícios directos da deslocalização e da subcontrataçãoexterna, a par da valorização das funções que continuarão a ser desenvolvidas internamente eda procura de parcerias estratégicas para a produção e a oferta de serviços que, por razõeslogísticas, de proximidade geográfica, onde a qualificação dos recursos deverão continuar anão ter concorrência directa nos países de baixos salários…”.260