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Capa da TESE - Fesete

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Também Hyman reflecte sobre as consequências <strong>da</strong> internacionalização económica equestiona se esta, “ (…) está a levar a cabo o que em épocas anteriores de desenvolvimentocapitalista não conseguiram alcançar, isto é, a transição para uma socie<strong>da</strong>de de mercado e,dentro dela, a invenção genuína de um mercado de trabalho” (Hyman, 2002, p. 17). SegundoHyman a arquitectura do status e contrato estabeleci<strong>da</strong> nos vários acordos nacionais noperíodo do Pós-Guerra, era adequa<strong>da</strong> a um regime fordista de tecnologias e mercados deprodutos estáveis e previsíveis, mas restringia uma maior flexibili<strong>da</strong>de e a<strong>da</strong>ptabili<strong>da</strong>deexigi<strong>da</strong> por um modelo de produção mais dinâmico e um ambiente concorrencial maisinstável.Este modelo de produção mais dinâmico envolve pressões orienta<strong>da</strong>s para dois tiposopostos de redefinição <strong>da</strong> relação do emprego: ou o reforço do status através <strong>da</strong> incorporaçãodos empregados na comuni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> empresa, como membros cujos status implicava tantodireitos como responsabili<strong>da</strong>des; ou a reafirmação do contrato através <strong>da</strong> erosão dos direitosde status, baseando por outro lado, a autori<strong>da</strong>de empresarial no poder nu e cru de contratar edespedir. Os empregadores poderiam aplicar tratamentos diferenciados aos segmentosnucleares e periféricos <strong>da</strong> sua mão-de-obra (Hyman, 2002, p. 17). O conceito de statusdesigna a classe que o individuo ocupa dentro do(s) grupo(s) a que pertence(m): social,político, laboral, sindical ou associativo. O status indica a posição que se ocupa ou o papelsocial que se desempenha relativamente a outros membros do mesmo grupo (Maia, 2002, p.367).Num período temporal ain<strong>da</strong> recente, segundo Hyman, era plausível analisar osregimes nacionais de produção em ternos de concorrência nos custos ou na quali<strong>da</strong>de. Se apriori<strong>da</strong>de fosse <strong>da</strong><strong>da</strong> aos custos competitivos, mais os mercados de trabalho seassemelhavam a mercados e os empregadores usavam trabalhadores pouco qualificados,facilmente substituídos, sujeitos à disciplina do trabalho taylorista, respondendo às flutuaçõesdos mercados de produção, com políticas de contratação e despedimento. Já a concorrênciapela área <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de, implicava uma integração mais pró activa do design do produto, <strong>da</strong>comercialização e <strong>da</strong>s políticas de pessoal, com disponibili<strong>da</strong>de para investir tanto nacapaci<strong>da</strong>de de produção como nas qualificações dos trabalhadores, bem como, uma visão <strong>da</strong>relação de emprego como um compromisso recíproco a longo prazo. Hyman chama noentanto a nossa atenção de que esta dicotomia é uma simplificação redutora, na medi<strong>da</strong> emque ca<strong>da</strong> um dos modelos de concorrência possui contradições internas.Em resultado <strong>da</strong> intensificação <strong>da</strong> concorrência nos mercados de produtos, mesmo asempresas bem sucedi<strong>da</strong>s tendem a ser competitivas tanto ao nível de custos como quequali<strong>da</strong>de. Assim, o novo regime de gestão de trabalho procura combinar o tradicional74

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