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Capa da TESE - Fesete

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dominados por um reduzido número de economias europeias ou norte americanas. Umsegundo traço, é a internacionalização <strong>da</strong>s cadeias produtivas dentro <strong>da</strong>s EmpresasTransnacionais (ETN’s) que estão desliga<strong>da</strong>s dos quadros regulatórios dos sistemas nacionaisde relações laborais. A mão visível <strong>da</strong>s ETN’s interage com a mão invisível ca<strong>da</strong> vez maiscoerciva do capital financeiro. As mu<strong>da</strong>nças mais profun<strong>da</strong>s são: a liberalização edesregulação do capital internacional e dos mercados monetários; a aceleração <strong>da</strong>stransacções como resultado do desenvolvimento <strong>da</strong>s TIC; e a derroca<strong>da</strong> do sistema deestabilização monetária internacional do Pós-Guerra domina<strong>da</strong> pelos Estados Unidos <strong>da</strong>América. O resultado, é segundo Hyman um quadro altamente volátil de fluxos de capital, asflutuações imprevisíveis (especulativas) do valor nominal <strong>da</strong>s acções <strong>da</strong>s empresas ou <strong>da</strong>smoe<strong>da</strong>s nacionais traduzem-se numa instabili<strong>da</strong>de fracturante na economia física (Hyman,2002, p. 19).Neste contexto Hyman considera que um modo de conceptualizar osdesenvolvimentos dos últimos anos é vê-los como uma forma de “desnacionalização” <strong>da</strong>srelações laborais. Estas surgiram inicialmente a partir de uma base local ou sectorial mas noséculo XX consoli<strong>da</strong>ram-se numa estrutura institucional nacional. As relações laborais foramuma invenção <strong>da</strong> era do proeminente Estado-Nação. Na maior parte dos países <strong>da</strong> EuropaOcidental, os sistemas “modernos” de relações laborais consoli<strong>da</strong>ram-se num contexto derelativa segurança de emprego, sob condições económicas de pleno emprego, frequentementeapoia<strong>da</strong>s em suportes jurídicos. Esta reali<strong>da</strong>de era viabiliza<strong>da</strong> por uma procura estável ecrescente nos principais mercados de produtos e por restrições institucionais e de outra ordemsobre a concorrência destrutiva do mercado (Hyman, 2002, p. 21).Com a integração económica e transnacional as dinâmicas dos mercados estão ca<strong>da</strong>vez mais sujeitas à determinação externa. A intensificação <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de internacionalnos mercados de produtos, a imposição externa de constrangimentos às políticas dosgovernos, assim como as decisões de localização <strong>da</strong>s ETN’s, impõe novos, onerosos efrequentemente imprevisíveis constrangimentos à agen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s relações laborais nacionais.Os três elementos de regulação social definidos por Hyman (legislação estatal,negociação colectiva e regulação comunitária) identificados como a base dos sistemas derelações laborais são todos afectados por estas tendências. A regulação através <strong>da</strong> negociaçãocolectiva perde eficácia face à pressão para a adopção de normas colectivas ca<strong>da</strong> vez maisflexíveis com vista a uma maior liber<strong>da</strong>de de acção a nível empresarial; uma outracaracterística é que a negociação ocorra primordialmente ao nível de empresa. Mas Hymanvai mais longe ao referir que a negociação a nível sectorial ou a nível macroeconómico, “ (…)parece ca<strong>da</strong> vez mais patentear aspectos de negociação de concessões” (Hyman, 2002, p. 22).76

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